Multicampeão, Índio chega aos 37 anos como titular e com rótulo de 'interminável'

Doze títulos, trinta gols marcados e quase quatro décadas de vida. Índio completa, nesta quarta, mais um aniversário e tem motivos de sobra para comemorar. Depois de ser tratado como um jogador perto da aposentadoria, o experiente zagueiro aproveitou a busca infrutífera da diretoria por reforços e se firmou outra vez como titular. O roteiro, aliás, não é novidade.

Foram várias as vezes em que Índio foi tido como dispensável. E por tantos motivos, acabou retomando espaço. Completando 37 anos, ele continua com o status de ídolo da torcida. E mantém a rotina de surpreender a comissão técnica. Durante a pré-temporada, foi do zagueiro um dos melhores desempenhos físicos de todo o grupo.

“Ele se apresentou muito bem, melhor do que em outros anos inclusive”, disse o auxiliar de preparação física Flávio Soares durante os treinos em Gramado. “O Índio puxa a fila nos exercícios, às vezes não tem como colocar mais peso para ele na academia. Já está tudo lá e ele vai firme”, contou o auxiliar de Dorival Júnior, Celso de Rezende. "É por isso que ele segue bem e vai continuar jogando. O Índio sabe do que precisa", completou.

Todos esses detalhes fizeram com que Índio virasse um líder no vestiário. Não aquele que grita, que pede a palavra na boca do túnel. Ou que cobra o companheiro com o dedo em riste. O defensor é daqueles que conversa com os mais jovens, que apóia sempre e incentiva.

“Ele tem uma liderança forte apesar de nem sempre gostar de exercer isso. O grupo tem um respeito muito grande por ele. É um cara que dispensa comentários”, disse o lateral esquerdo Kleber.

Índio tem contrato até dezembro deste ano. E durante as brincadeiras por sua longa passagem pelo Beira-Rio, e a pilha de títulos que tem, ele revela qual a meta atual. Talvez a motivação para correr tanto mesmo acima da média de idade no futebol.

“Eu não quero busto, não quero homenagem nenhuma. Quero mais dois anos de contrato”, disparou o zagueiro em meio aos risos com os colegas.

Marcos Antônio Lima bem que poderia ser confundido com a história recente de títulos do colorado. Contratado em 2005, Índio participou de toda a mutação do Inter. De um clube sem títulos internacionais para aquele que venceu tudo nos últimos seis anos.

Ao todo, já foram 317 jogos com a camisa do colorado. Um dos mais emblemáticos deles foi na final do Mundial. Mesmo com o nariz quebrado, o defensor continuou em campo para segurar a vitória de  1 a 0 em cima do Barcelona.

"Meu sonho era esse, aquele jogo nunca vai sair da minha cabeça. E eu não fiz mais do que minha obrigação", disse o zagueiro sobre o confronto com os espanhóis.