Topo

Ex-diretor de futebol lança candidatura à presidência do Palmeiras e agita oposição

Wlademir Pescarmona ficou ao lado de Salvador Hugo Palaia no Comitê Gestor em 2010 - Adriano Vizoni/Folhapress
Wlademir Pescarmona ficou ao lado de Salvador Hugo Palaia no Comitê Gestor em 2010 Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

15/02/2012 06h00

A cerca de um ano das eleições presidenciais, o Palmeiras já tem três candidatos para assumir o clube em janeiro de 2013. Wlademir Pescarmona anunciou para seu grupo na noite da última terça-feira que ele será uma das opções. Ele se junta a Arnaldo Tirone, que tentará a reeleição, e a Paulo Nobre, outro nome da oposição que não abre mão de concorrer pela segunda vez consecutiva. O anúncio do ex-diretor de futebol incomodou a oposição e animou a situação. 

O grupo de Nobre não esperava que o “efeito Palaia” se repetisse em 2013. No ano passado, a UVB (União Verde e Branco) se dividiu quando Salvador Hugo Palaia se candidatou e a vitória de Arnaldo Tirone acabou sendo facilitada por causa da divisão do grupo. No entendimento deles, o anúncio de Pescarmona só tumultua a oposição.

"Não é um anúncio oficial. Não encaramos dessa forma. Para mim, é balão de ensaio. Eles querem lançar o Pescarmona para depois colocarem o Décio Perin no páreo. No máximo, vão querer conversar conosco e tentarão fazer uma nova aliança. Mas essa não é a nossa intenção", disse o braço direito de Paulo Nobre, Genaro Marino, ao UOL Esporte.

O grupo que defende Pescarmona como candidato usa os mesmos argumentos do ano passado. Na opinião de conselheiros ouvidos pela reportagem, Nobre não tem presença no clube e precisa ter mais experiência para assumir cargo de tamanha importância. Usam como exemplo o fato de, neste momento, ele nem estar no Brasil, alheio a tudo o que acontece e apenas preocupado em correr no rali.

QUEM É PESCARMONA?

Wlademir Pescarmona tem 60 anos, tem uma gráfica e é conselheiro do Palmeiras desde 1989. Ele já foi diretor administrativo, de esportes amadores e de futebol. Já venceu cinco eleições no clube e é um dos nomes fortes da chapa UVB.

Eles usarão a plataforma das “diretas já” como uma das formas de alavancar votos da oposição e também de ganhar apoio da torcida. Por outro lado, Nobre também é a favor da mudança do estatuto e ainda defende a administração separada entre clube social e futebol.

"Eu ainda não tenho a certeza de que vou conseguir o apoio de toda a UVB. Mas tem uma força muito grande para que eu saia e eu me acho preparado para o cargo. A gente só sabe se vai dar certo tentando e eu fiquei animado com a manifestação de apoio que tive ao tomar essa decisão. Sempre fui do movimento Muda Palmeiras, contra Mustafá Contursi, e acho que o futebol precisa ser melhor cuidado no clube, sem deixar a parte social de lado. Acho composição de chapas muito complicada, por isso defendo as eleições diretas", disse Pescarmona ao UOL Esporte em seu "primeiro discurso eleitoral".

FALA, PESCARMONA!

Acho que o futebol precisa ser melhor cuidado no clube, sem deixar a parte social de lado. Composição é ruim, por isso defendo as diretas.

Observando animada o movimento, a situação comemora. Na análise deles, a divisão da oposição só facilita uma reeleição de Arnaldo Tirone. O atual presidente, aliás, não quis comentar a candidatura de Pescarmona.

Há o risco do panorama da eleição ficar completamente dividido caso Mustafá Contursi, que tem pelo menos 60 votos, resolver apoiar um novo candidato. Atualmente, ele é oposição a Arnaldo Tirone. No clube, especula-se que Edvaldo Frasson será seu candidato.

Com quatro nomes no pleito, é bem possível que a divisão fique bem próxima de 75 votos para cada um, praticamente dividindo em quatro partes iguais os cerca de 300 votos, isso porque a tendência é que Affonso Della Mônica mantenha o apoio ao atual presidente.