Advogado ressalta "boa fé" de Diguinho em compra do carro de Emerson Sheik
Mariana Canedo
Do UOL, no Rio de Janeiro
28/02/2012 17h49
Envolvido em uma investigação do Ministério Público Federal por contrabando e lavagem de dinheiro, o volante Diguinho foi defendido pelo seu advogado nesta terça-feira. Dr. Itamar Gomes, disse, em conversa por telefone com a reportagem do UOL Esporte, que seu cliente é inocente até que sejam comprovadas as denúncias contra ele. O advogado questionou a Operação Black Ops, ressaltou a "boa fé" do jogador do Fluminense e afirmou que a denúncia não está protocolada na 3ª Vara Criminal.
"O Diguinho é um terceiro de boa fé, que pagou 315 mil num carro que vale 330. Que crime que ele cometeu? Ele é inocente até que se prove o contrário", frisou Gomes. O MP teve autorização para obter escutas telefônicas dos jogadores e de vários envolvidos em uma rede de comercialização ilegal de veículos de luxo.
Os jogadores Emerson Sheik, do Corinthians, e Diguinho, do Fluminense, foram denunciados na sexta-feira pelo Ministério Público Federal. Segundo a denúncia, os dois adquiriram veículos importados de forma ilícita, não pagando os impostos devidos para a entrada de automóveis de forma legal ao país. O volante tricolor adquiriu um veículo considerado ilegal de Emerson Sheik.
Em depoimento ao MP, Sheik não soube explicar por que a venda do veículo para Diguinho representou R$ 315 mil, mas na nota constava R$ 200 mil. O atacante afirmou que não tinha visto a nota e que um amigo chamado Caetano costuma fazer suas transações de veículos. Caetano (cujo sobrenome não foi revelado) rebateu e disse que jamais negociou para o atacante. Já Diguinho reconheceu ao MP a diferença dos valores.
Os jogadores podem responder a processo e, caso isso aconteça, terão de pedir permissão à Justiça para deixar as cidades onde vivem, podendo ser condenados a até 14 anos de prisão. Neste caso, a participação de ambos na Copa Libertadores fica em risco.
O advogado de Diguinho citou uma decisão do Desembargador Abel Gomes, que segundo ele, "praticamente extingue" a operação. O documento citado por Gomes não foi localizado no site do Tribunal Regional Federal.