Mancini diz ter sido alvo de racismo na Itália e condena casos recentes no esporte

O meia-atacante Mancini, do Atlético-MG, disse que já foi alvo de racismo da torcida da Lazio quando defendia a Roma. O jogador lamentou o ocorrido com o zagueiro brasileiro Juan, insultado no clássico italiano nesse domingo, e com o oposto Wallace, da equipe de vôlei do Sada Cruzeiro, durante a Superliga masculina de vôlei.

“Tem de acabar com isso. Isso não faz parte do esporte, da cultura do Brasil, então temos de parar com isso”, observou Mancini, em entrevista a rádio Itatiaia. “Não é só no Brasil, mas isso é mundial, temos de lutar contra isso, acho que o racismo ainda faz parte da humanidade”, acrescentou.

Na derrota para a Lazio por 2 a 1 nesse domingo, Juan, da Roma, foi vítima de torcedores adversários, que entoaram coro racista. “Eu já sofri também caso de racismo na minha época de Roma, quando fazia clássico Roma e Lazio. O torcedor da Lazio realmente tem esse preconceito, infelizmente”, afirmou Mancini.

O meia do Atlético, de 31 anos, que defendeu a Roma entre 2003 e 2008, disse que a torcida da Lazio, conhecida por perseguir jogadores negros, imita, em coro, sons parecidos com o do macaco. “A torcida fica naquele ‘ru, ru’ de macaco. Tem esse hábito, infelizmente. Mas é a vida. A vida, infelizmente, tem essas pessoas que não são humanas, são pessoas que não têm coração”, lamentou.

Mancini comentou também o episódio ocorrido na Superliga masculina de vôlei, envolvendo o oposto Wallace, que teria sido vítima de racismo por parte de uma torcedora do Vivo/Minas, na última quarta-feira. “Eu acompanhei, estava também no ginásio”, disse o meia atleticano.