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Da cadeia, Bruno agita mercado com rumores e gera espanto de possíveis "interessados"

Preso em Contagem (MG), Bruno já tem pelo menos um time interessado oficialmente   - Cristiano Trad/O Tempo/Agência Estado
Preso em Contagem (MG), Bruno já tem pelo menos um time interessado oficialmente Imagem: Cristiano Trad/O Tempo/Agência Estado

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

06/03/2012 14h00

Mesmo com futuro incerto, o goleiro Bruno gera rumores no mercado do futebol e já tem até proposta de trabalho para voltar a jogar quando estiver em liberdade.

O arqueiro tem contrato com o Flamengo com validade até o fim deste ano. O vínculo, no entanto, está atualmente suspenso pelo fato de o jogador  estar preso em Contagem (MG) por ser suspeito de comandar a morte da ex-amante Eliza Samudio.

Mas, de acordo com o advogado do jogador Francisco Imirim, o goleiro pode sair da prisão em até 30 dias e tem despertado o interesse de alguns clubes.

"Estamos tentando que ele aguarde o julgamento em liberdade. Pode ser que em 30 dias ele saia e fique apto para executar a profissão dele. Está na mão do Supremo Tribunal Federal", falou o advogado.

"Já teve empresário querendo fazer pré-contrato, só que não pode por ele estar preso. Já fomos procurados por alguns clubes que fizeram contato. O Fluminense sinalizou interesse, o Atlético-MG e também um clube da Rússia. Mas ele tem contrato com o Flamengo, é vinculado ao Flamengo. Tem que se apresentar lá, se não quiserem, aí ele pode negociar com outro time. Ele sabe das propostas e está muito feliz, treinando", continuou.

COMO ESTÁ O CASO BRUNO

Bruno ainda não foi julgado pela Justiça de Minas Gerais pela acusação de comandar a morte da ex-amante Eliza Samudio.

Mas, independentemente desta acusação, o goleiro já tem uma condenação de quatro anos e seis meses de prisão pela Justiça do Rio, em dezembro de 2010, por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal. Ele ainda será julgado pelo desaparecimento da ex-amante. A juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, pronunciou o ex-jogador por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.  O  julgamento ainda não tem data marcada.

Segundo especialistas, o goleiro pode ser condenado por até 72 anos de prisão, se for condenado por todos os crimes cometidos.

Até o momento, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais já recebeu e negou 62 pedidos de habeas corpus, que serviriam para colocar  Bruno em liberdade.                             

Citados por Imirim como interessados, Fluminense e Atlético-MG, por meio de dirigentes, negaram veemente a cobiça pelo goleiro.

"Eu não fui [quem tentou contratar Bruno]. Não tenho conhecimento disso, eu não fui não. Estou sempre por dentro do dia a dia do clube e não tenho essa informação. Estou sabendo por você", falou Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético-MG

"Você está louco", disse, surpreso, o diretor executivo do Fluminense. "Rechaço isso veementemente. Nós temos bons goleiros aqui, não vou nem tecer comentários sobre isso, não procede. É só avaliar os nossos goleiros, não precisamos. Deve ser um advogado falastrão. Chance zero."

O Flamengo, dono dos direitos federativos do goleiro, levou na brincadeira os rumores e disse nunca ter recebido sondagem.

Proposta pelo Bruno? Isso deve ser piada de 1º de abril

Michel Levy, do Flamengo


"Proposta pelo Bruno? Isso deve ser piada de primeiro de abril. Antes fosse, o rapaz é boa gente, sabe-se lá o que aconteceu, não quero entrar nos méritos. Mas nunca ouvi falar desse assunto", falou Michel Levy, vice de finanças do time da Gávea.

O Guarani tem as portas abertas e o maior interesse pelo Bruno

Edílson Oliveira, presidente do Guarani-MG

Mas, mesmo com negativa de Flu e Atlético-MG, Bruno não deve ficar sem emprego caso consiga a liberdade. Isso porque o Guarani de Divinópolis-MG, que disputa a primeira divisão do Campeonato Mineiro, já tentou ter o jogador na competição deste ano e ainda quer contar com seus serviços.

O clube aventou a possibilidade de o jogador se transferir da penitenciária de Contagem para a de Divinópolis para poder treinar e jogar no clube. Com a negativa, aguarda a improvável liberdade do atleta.


"Tentamos em dezembro, mas não era possível pelos meios judiciais. Falaram que não era possível. E tinha essa questão de ele ter vínculo com o Flamengo, por isso a história morreu. Pensamos nisso como uma jogada de marketing", falou Edílson de Oliveira, presidente do Guarani-MG.

"Agora vamos aguardar. Acho que tem mais clubes interessados, não só o Guarani. Mas aqui ele tem portas abertas, temos o maior interesse nele", finalizou.