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Pimenteira, saída de Kleber e chegada de Sampaio são segredos do sucesso do Palmeiras

Luiz Felipe Scolari e Kleber não conseguiram se entender no ano passado - Almeida Rocha/Folhapress e Junior Lago/UOL
Luiz Felipe Scolari e Kleber não conseguiram se entender no ano passado Imagem: Almeida Rocha/Folhapress e Junior Lago/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

21/03/2012 11h00

Considerando a coincidência de datas, dois elementos podem ser considerados fundamentais para a ótima fase que o Palmeiras vive: César Sampaio e a pimenteira. Desde que o gerente de futebol foi contratado, o time perdeu apenas um jogo, no dia 06 de novembro, para o Coritiba. Já a planta ainda não esteve na Academia em dias de derrota, já que ela foi “plantada” no dia 18 de novembro, dois dias antes da vitória do clube em cima do Bahia, por 2 a 0. A saída de Kleber também foi determinante para o sucesso.

OS SEGREDOS DOPALMEIRAS

Kleber e técnico não fizeram questão de esconder que entraram em rota de colisão. A saída do jogador deixou, segundo Felipão, o ambiente leve
A chegada de Sampaio deixou Felipão mais tranquilo para trabalhar no campo, onde prefere. Ele se desgasta menos com decisões mais políticas.
Com Sampaio, Roberto Frizzo tem menos poder e interferência no futebol. Soma-se a saída de funcionários como Sérgio do Prado, que incomodavam o técnico.
Para tirar mau olhado de rivais e até de conselheiros que jogavam contra o clube, e, porque não, da imprensa, Felipão colocou a planta no CT

O Palmeiras já está há 21 jogos sem perder. São 13 vitórias e oito empates, divididos em um jogo da Copa do Brasil, um amistoso diante do Ajax, cinco partidas do Brasileirão do ano passado e 14 duelos deste Campeonato Paulista, onde o time lidera e tem o melhor ataque.

 

“O César é ótimo, foi uma excelente aquisição. Ele tem um procedimento com o grupo, com os atletas, as pessoas com as quais ele trabalha um pouco diferente. Ele ainda não é pronto, mas está na fase final e tem liberdade para fazer a revolução que precisa. Felizmente, os jogadores estão indo para um caminho bom”, disse Felipão no final do ano passado.

A técnica parece ter dado certo. César Sampaio consegue cumprir o papel de intermediário entre Felipão e diretoria, desgastando o menos possível a relação entre técnico e cartolagem, que não era das melhores, especialmente com o vice-presidente, Roberto Frizzo.

Além disso, Sampaio também tenta usar o jogo de cintura para lidar com empresários e nunca vem a público para criticar a atitude da diretoria, mesmo que seja contra a ideia. Um bom exemplo foi na saída de Sérgio do Prado. O gerente deixou claro que era contra a saída, mas não atacou a diretoria.

Além disso, é impossível não citar que a saída de Kleber, que virou grande desafeto de Felipão no ano passado, mudou o ambiente. Todos os jogadores dizem que está ótimo treinar  na Academia de Futebol, o treinador não esconde que conseguiu resolver alguns problemas de relacionamento e sempre dá algumas indiretas, mostrando que a saída do Gladiador foi essencial, como foi no fim do ano passado.

“Em um grupo, nem todo mundo tem afinidade. No Palmeiras é assim. Nem todos vão gostar da minha forma de trabalho, mas acredito eu que em uma situação geral, vejo muito mais que gostam e três ou quatro que não. E isso é normal. O ambiente voltou a ser bom, não sei porque. Perguntem para os jogadores”, disse o comandante na época.

Kleber foi apresentado pelo Grêmio no dia 23 de novembro. Desde então, o Palmeiras não sabe o que é sair de campo derrotado. Até por isso, com mais dois jogos sem perder, já iguala o recorde de Luiz Felipe Scolari à frente do clube. Em 1998, ele ficou 23 partidas invicto.