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Depois de 8 dias de UTI, infecção em Havelange não regride e médicos não esclarecem dúvidas

Havelange, oito dias de UTI para combater infecção  - REUTERS/Oleg Popov/Files
Havelange, oito dias de UTI para combater infecção Imagem: REUTERS/Oleg Popov/Files

Roberto Pereira de Souza e Vinícius Konchinski

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

26/03/2012 13h51

Uma semana de internação na UTI do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, e o quadro de João Havelange, 95, permanece estável. O boletim assinado pelo  cardiologista João Mansur e pelo ortopedista Alcino Affonseca afirma que  a infecção no tornozelo direito ainda “inspira cuidados e que Havelange respira sem ajuda de aparelhos”.

Os médicos não esclarecem se as bactérias avançam por outros órgãos e se as doses de antibióticos podem ser reduzidas ou aumentadas nas próximas horas.

O geriatra Alvaro Negromonte, com a ressalva de não conhecer o prontuário de Havelange, disse que pacientes idosos com infecção grave inspiram cuidados de todos os médicos especialmente quando as bactérias se espalham pelo orgnismo

. “Na UTI, o paciente é controlado em todas suas funções e o quadro infeccioso sofre um combate itenso, mas todo tratamento gera efeito colateral”, disse Negromonte.

“O paciente idoso com infecção pode acusar um quadro de baixa no sistema imunológico. Em pessoas saudáveis, filtros nasais e processos expectorantes funcionam bloqueadores de doenças diariamente. Em idosos, esse quadro de imunodepressão agrava a expectativa de cura e de alta”.

A simples respiração por aparelhos na UTI pode fragilizar o quadro imunológico, explica Negromonte.

Semana passada, o cardiologista João Mansur revelou que as  bactérias haviam se espalhado pela corrente sanguínea de João Havelange.

Mansur não quis detalhar o quadro, dizendo, por meio de sua assessoria, que “só irá se pronunciar por boletins médicos”.

 “Em pacientes idosos o risco de que as bactérias se espalhem é muito grande e os médicos  lutam nesse ambiente de combate e risco”,  comentou o geriatra Negromonte." Não existe data para interromper o uso de antibióticos. Na UTI vc usa tudo o que existe no mercado, mas não tira o olho das máquinas de monitoramento".

A artrite infecciosa costuma ser mais intensa em crianças até dois anos e em idosos, devido a uma  baixa resistência temporal. Bactérias isoladas ou em grupos que afetam a garganta ou o sistema respiratório são os agentes infecciosos mais conhecidos, mas não os únicos.

Em pessoas idosas, problemas com diabetes (mellitus), artrite reumatoide e torções podem também provocar  infecção nas articulações.

Estudos médicos confirmam que mordidas de cachorro podem gerar focos infecciosos nas articulações de pacientes adultos e idosos, com mais frequência.

A artrite séptica preocupa médicos do mundo todo. As áreas mais atingidas costumam ser joelhos, tornozelos, ombros, quadris e mãos.  Há casos de contaminação na região lombar durante o período infeccioso.