Edmundo faz dois e comanda o Vasco em despedida com apagão e goleada por 9 a 1
A grande deficiência técnica de Edmundo ao longo de sua carreira, segundo o próprio, era cobrança de pênalti. Mas, em sua despedida oficial, ele superou até essa falha. Com grande atuação no primeiro tempo, o ex-jogador marcou dois gols – um deles cobrando penalidade – e comandou a goleada do Vasco sobre o Barcelona-EQU por 9 a 1, nesta quarta-feira, em São Januário, para delírio dos torcedores, que fizeram uma bonita festa mesmo com o inesperado apagão, que durou cerca de 20 minutos.
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Antes da partida, o Animal não conseguia esconder a emoção. Com os olhos marejados, ele comentou a homenagem. “Passa um filme bacana de toda essa história no Vasco. Emoção muito grande. Vou ter que ter tranquilidade aqui para poder jogar. Estou muito feliz”, disse ao canal Sportv.
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PRIMEIRO TEMPO |
13min - GOOOLLL DO VASCO (1 x 0) - Árbitro marca pênalti em Thiago Feltri. Edmundo bate rasteiro e no canto direito do goleiro Morales, que vai para o outro lado e nem pula. |
23min - GOOOLLL DO VASCO (2 x 0) - Edmundo recebe lançamento dentro da área e ganha no corpo. O Animal rola para Fagner, que limpa bem a jogada e serve Alecsandro. O atacante dá belo corte no marcador e amplia. |
34min - GOOOLLL DO VASCO (3 x 0) - Fagner faz outra boa jogada pela direita e cruza para Edmundo, que, de primeira, manda para o fundo da rede. O Animal realiza sua tradicional comemoração, num misto de rebolado e sincronia com os braços. |
39min - GOL DO BARCELONA (3 x 1) - Único remanescente daquele time equatoriano de 1998, Artencio aproveita falha de Dedé para diminuir. |
40min - GOOOLLL DO VASCO (4 x 1) - Juninho Pernambucano arrisca de longe e acerta belo chute no ângulo para encerrar a festa na etapa inicial. |
SEGUNDO TEMPO |
1min - GOOOLLL DO VASCO (5 x 1) - Felipe dá linda caneta no marcador e cruza da esquerda. Eder Luis tenta de calcanhar a bola desvia e entra. |
21min - GOOOLLL DO VASCO (6 x 1) - Felipe Bastos, que acabara de entrar, bate falta de muito longe. A bola quica na frente do goleiro Vera e o engana. |
25min - GOOOLLL DO VASCO (7 x 1) - Alan tabela com Felipe Bastos, fica na cara do gol e apenas escolhe o canto para ampliar a goleada. |
30min - GOOOLLL DO VASCO (8 x 1) - Alan parte pela ponta direita e cruza na medida para Diego Souza. O meia domina no peito, passa pelo marcador e bate cruzado e rasteiro para marcar o seu. |
45min - GOOOLLL DO VASCO (9 x 1) - Em jogada ensaiada em cobrança de falta, Alan recebe dentro da área e toca na saída do goleiro Vera. |
Em seguida, o telão de São Januário mostrou os melhores momentos dele com a camisa do Vasco. O ídolo da Colina teve entrada triunfal, com uma longa queima de fogos, refletores apagados e luzes especiais focadas nele, sob gritos de “Ah, é Edmundo”. Já em campo, trocou a camisa com os dizeres “Obrigado, Vasco” por uma de jogo, com o número 10 nas costas, e, claro, beijou a cruz-de-malta carinhosamente.
As lágrimas eram inevitáveis. Em seguida, ouviu discurso do presidente Roberto Dinamite, recebeu a braçadeira de capitão de Juninho Pernambucano e cumprimentou os demais jogadores, que estavam perfilados no campo.
Com a bola rolando diante do adversário da final da Libertadores de 1998, Edmundo não demorou a mostrar serviço. Bem fisicamente, ele fez boas jogadas e levou os torcedores à loucura. Aos 13min, o camisa 10 abriu o placar. E do jeito que ele queria: de pênalti. Com cobranças perdidas marcantes na carreira, o Animal aproveitou que o árbitro assinalou uma infração em cima de Thiago Feltri e converteu o “carma” com categoria: bola para um lado, goleiro para o outro.
Aos 34min, veio o gol mais bonito. Fagner fez outra boa jogada pela direita e cruzou para Edmundo, que, de primeira, mandou para o fundo da rede. Na comemoração, Alecsandro se ajoelhou e fez gestos como se estivesse engraxando a chuteira do Animal. O homenageado, por sua vez, realizou sua tradicional comemoração, num misto de rebolado e sincronia com os braços. A torcida entoava a plenos pulmões: "O Animal voltou!"
Depois, Ascencio - único remanescente daquele time equatoriano de 98 - marcou, após falha de Dedé. Mas nada que atrapalhasse a festa dos torcedores, que ainda assistiram Juninho acertar o ângulo e fazer 4 a 1 antes do intervalo. Exausto, mas feliz, Edmundo admitiu que não esperava tanto.
“Não só os gols, porque vão ser apenas mais um, dois, mas esse carinho e essa energia não têm preço. Precisava disso na minha vida. Estou fechando com chave de ouro. Modéstia à parte, o atleta não desaprende. Mas, às vezes, a cabeça pensa e o corpo não acompanha. Mas o entrosamento com Felipe e Juninho, o lance de olhar e ir, isso ainda tem. O problema é acompanhar o ritmo do Eder [Luis]. A gente sai junto e ele chega 50 metros na frente. Não acreditava, não imaginava que fosse ser tão lindo”, festejou, depois de dar um beijo em Juninho.
O Vasco voltou para o segundo tempo com meio time diferente, para poupar seus principais jogadores. Mas o ritmo não diminuiu. Logo no primeiro minuto, o Vasco aumentou com Eder Luis, após passe de Felipe, que deu linda caneta no marcador, logo no primeiro minuto. Em seguida, no entanto, São Januário teve um apagão e ficou sem luz por cerca de 20 minutos.
No retorno, Edmundo colocou o pé no freio. Cansado, diminuiu a movimentação e começou a pedir mais a bola no pé. Então, assistiu à garotada continuar o massacre. Fellipe Bastos deixou o dele e homenageou o Animal na comemoração. Em seguida, o volante deu passe para Alan ampliar. Mesmo com o ídolo não repetindo a atuação do primeiro tempo, a torcida não parou de gritar o tradicional canto "Ah, é Edmundo!"
Diego Souza também deixou o dele e, claro, homenageou o camisa 10. Na comemoração, reverenciou o Animal, que não tirava o sorriso do rosto. Aos 39min, o dono da noite foi substituído para entrada de Willian Barbio. Com a bola do jogo debaixo do braço e aos prantos, Edmundo, que nem chegou a ver Alan fechar a goleada, acenou muitas vezes para torcida, beijou o escudo novamente e ouviu o último grito: "Fica, Edmundo". Ponto final da trajetória do Animal no Vasco. Mas o amor mútuo, pelo que se viu em São Januário, será eterno.
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