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Presidente do Fluminense lamenta morte do tricolor Millôr Fernandes

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/03/2012 15h28

O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, aumentou a extensa lista de lamentações pela morte do escritor, dramaturgo, desenhista, poeta e jornalista Millôr Fernandes. O mandatário tricolor destacou a contribuição crítica e cultural do ilustre torcedor para a sociedade brasileira.

"Millôr, por meio do humor, foi um crítico duro da ditadura no país e contribuiu com o seu trabalho para o Brasil virar essa página tão difícil de nossa história. Perdemos um amante do Fluminense, do futebol. Um brasileiro ilustre e uma figura ímpar da nossa cultura", disse o presidente do Fluminense, através de nota oficial divulgada no site do clube.

Autor de célebres frases em diferentes áreas da cultura, Millôr também expressou seu humor ao falar do clube do coração e brincar com o rival. "Há os que são Flamengo doente. Eu sou Fluminense saudável", eternizou o escritor.

E a paixão pelo Fluminense não era a única ligação do artista com o esporte. Millôr Fernandes foi um dos idealizadores do frescobol, surgido no Rio de Janeiro na década de 50 e muito praticado nas praias cariocas.

"O frescobol é um esporte maravilhoso, praticado à beira mar e interrompido de tempo em tempo por um mergulho refrescante. É elegante e dinâmico o tempo todo, beneficiando-se ainda da sorte inaudita de nunca nenhum idiota ter tido a ideia de lhe traçar normas, aferir pontos. Há competição, mas não formalizada, pontificada. Não há vencidos nem vencedores. Portanto sem possibilidade de violência. Segue meu princípio de que o importante é nem competir", escreveu Millôr.

O artista, que morreu aos 87 anos na noite da última terça-feira em função de falência múltiplas dos órgãos, será velado no Cemitério Memorial do Carmo, na zona portuária do Rio de Janeiro. Na quinta-feira, o corpo de Millôr será cremado no mesmo local em uma cerimônia reservada para a família.