Planejamento do Botafogo falha, e laterais ficam fora de rodízio por descanso

O Botafogo iniciou a temporada com a aposta no sucesso de Lucas e Márcio Azevedo, titulares das laterais direita e esquerda. Apesar do bom desempenho, a dupla não conta com substitutos para suas posições e ‘sofre’ com a maratona de jogos na temporada. O técnico do Alvinegro, Oswaldo de Oliveira, iniciou nas últimas rodadas uma espécie de rodízio com os atletas que apresentavam um maior cansaço. Sem opções para dar descanso aos dois atletas, o treinador foi obrigado a tirá-los do sistema.

Nas laterais, não há jogadores que possam dar conta do recado e assumir a posição interinamente. O planejamento da diretoria no início da temporada não contemplou essas posições. Lucas Zen, por exemplo, foi improvisado na lateral direita para a partida contra o Madureira, já que Lucas ficou no banco por estar com dores musculares. O volante não foi bem e o camisa 2 foi ‘obrigado’ a entrar em campo no intervalo na única vez em que foi poupado em 2012.

“Não me sinto cansado nesse momento. A comissão técnica está procurando dosar bem os treinamentos para que não tenhamos tanto desgaste e isso tem dado certo. Tivemos dois dias de descanso recentemente, então deu para recuperar bem as energias. Complica mais quando temos jogos em sequência, como quarta e sábado. Aí somos mais exigidos. Fora isso, é algo normal, que estamos preparados para suportar” disse Lucas.

Márcio Azevedo, por outro lado, aproveita as oportunidades para melhorar seu relacionamento com a torcida. Se em 2011 os Alvinegros vaiavam o lateral, nesta temporada o camisa 6 tem espaço para dar a volta por cima. Ele jogou todas as partidas pelo Botafogo nesta temporada.

“Este ano tive a oportunidade de realizar uma boa pré-temporada com o grupo e isso me ajudou muito. Estou me sentindo bem mesmo com sequência de jogos. Esta é a rotina de um jogador de futebol e estou totalmente adaptado quanto a isso. Além disso, temos um grande acompanhamento de todos os profissionais do Botafogo, que nos mostram tudo o que acontece com o nosso corpo em relação ao cansaço”, afirmou.

O fato de não ter reserva deixa a dupla em uma situação delicada no elenco do Botafogo. Lucas afirma que não pode se acomodar, apesar da falta de rivais. “A responsabilidade aumenta. Para alguns, pode ficar a impressão de que nos sentimos acomodados por isso, mas é completamente o contrário. Sabemos que temos que continuar a render bem porque se isso não acontecer vamos dar brecha para que outros jogadores possam vir, não para compor o elenco, mas para o nosso lugar”, comentou.

Já Márcio Azevedo, teve que conviver com a desconfiança da própria diretoria, que chegou a contratar José Rojas, do Universidad de Chile, para sua posição. Entretanto, o jogador não passou nos exames médicos – apresentou arritmia cardíaca – e foi descartado pelo clube. O camisa 6 assegura que não se importa em não ter uma sombra no elenco.

“Nem penso nisso para falar a verdade. Tenho é que fazer o meu trabalho, dar o meu melhor pelo clube e alegrar a torcida. Fico feliz que o reconhecimento do trabalho está vindo em uma fase importante na minha carreira. Sempre tento dar o meu melhor em cada jogo e acredito que estou correspondendo, mas sei também que não posso me acomodar, muito pelo contrário. A cada jogo tento melhorar para seguir evoluindo dentro do Botafogo”, acredita.

O Botafogo volta a campo nesta quarta-feira, às 22h, quando enfrentará o Guarani, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas, pela Copa do Brasil. Na primeira fase, o Glorioso encontrou muita dificuldade e só eliminou o Treze-PB nas cobranças de pênaltis, após dois empates por 1 a 1.