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Biro-Biro dispensa modéstia e afirma ser figura mais emblemática do Corinthians na atualidade

Biro-Biro durante desfile da Gaviões da Fiel; feliz por "carisma e carinho do torcedor" - Alexandre Schneider/UOL
Biro-Biro durante desfile da Gaviões da Fiel; feliz por "carisma e carinho do torcedor" Imagem: Alexandre Schneider/UOL

Fabiano Alcântara

Do UOL, em São Paulo

17/04/2012 14h00

O ex-jogador Biro-Biro deixou a modéstia de lado e afirmou ser a figura mais emblemática do Corinthians na atualidade.

“Eu acho que sim, pelo carisma, pelo carinho do torcedor”, disse o ídolo durante o lançamento da coleção Democracia Corintiana da loja oficial Poderoso Timão, na última sexta-feira.

Nascido Antônio José da Silva Filho, em Olinda (PE), o ex-jogador vestiu a camisa do clube entre 1978 a 1988 e venceu quatro paulistas (79, 82, 83 e 88).

Biro-Biro lembra que desde o primeiro momento caiu nas graças da Fiel. “No meu primeiro jogo fui muito bem, no segundo tempo a torcida começou a gritar meu nome. Foi contra o Paulista de Jundiaí à noite, no Pacaembu, garoando, a gente ganhou de 1 a 0”, recorda.

Para o ex-jogador, seu melhor momento no futebol não foi um gol ou título, mas a formação da Democracia Corintiana, quando ninguém, nem mesmo os atletas do Corinthians, sabiam o que estava acontecendo, até que foi assimilada.

Biro-Biro considera que o movimento ajudou a mudar o país.

“Quando surgiu a Democracia Corintiana, aí veio em seguida a época da campanha [pelas Diretas Já], de comício, aquelas coisas todas. Alguns jogadores participaram, eu não cheguei a participar, mas o Sócrates, Casagrande, Wladimir, acho que o Juninho, junto com Adilson Monteiro Alves, participavam dos comícios. Foi um negócio importante. Pelo menos, de um jeito ou de outro a gente deu uma ajudadinha para que o país mudasse naquele momento o que estava vivendo.”

Questionado se algo semelhante como a “Democracia” teria espaço hoje, ele diz que não, mas que vê como um reflexo da época a mudança de posição de alguns clubes em relação ao regime de concentração.

“No próprio Santos, o Muricy [Ramalho] tirando a concentração, isto já é um grande passo. Mas eu acho difícil, com muitos patrocinadores, estas coisas todas, acaba não dando certo. E mesmo pelos dirigentes também”, afirma.

Fã de outros camisas 5, como Clodoaldo e Falcão, Biro-Biro diz que era uma mistura de Ralf e Paulinho, que sabia combater e também sair jogando.

Para o ídolo, a torcida passou a idolatrá-lo pela atitude aguerrida em campo. “Isto de não querer perder é de mim mesmo, desde o Sport. E vim cair em um clube que gostava disso, da garra, da raça. Jogava às vezes até machucado porque não gostava de ficar fora. Quantas vezes brigava com médico que queria me tirar, eu dizia: 'Vamos enfaixar o tornozelo, enfaixa, que eu vou ter que jogar'. E não era jogo importante, nem de jogo normal eu não gostava de ficar fora”, afirma.

Ex-vereador, entre 1988 e 1996, Biro-Biro diz que a falta de experiência o atrapalhou.

“Eu vou te falar a verdade, bom vereador eu não fui, mas acho que não fui nem bom, nem mau. Eu fiquei ali no meio porque eu não tinha experiência. Não consegui fazer coisas que gostaria de fazer na época. Achei que era fácil, quero montar um campo ali em tal lugar. Algumas coisas a gente  ainda conseguiu, como abrir as escolas nos fins de semana, feriado, na periferia, para que usassem o espaço para atividades. Valeu a experiência, mas hoje não quero ser candidato.”