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Sampaio ataca estatuto do Palmeiras e reforça coro por profissionalização para volta de títulos

César Sampaio explica que pressão sob presidente é muito grande Imagem: Bruno Thadeu/UOL Esporte

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

24/04/2012 06h00

O coro pela profissionalização e pela mudança do estatuto do Palmeiras ganhou um reforço de peso. O gerente de futebol do clube, César Sampaio, afirmou na última segunda-feira que o modelo de gestão não é o ideal para que a diretoria consiga segurar as pressões internas e gerir um time ao mesmo tempo. Ele reforçou o que a oposição diz faz muito tempo: não há time que resista à guerra política nos bastidores alviverdes.

A opinião veio em meio a um turbilhão de questionamentos sobre o motivo de tantos técnicos já terem passado pelo Palestra Itália recentemente e terem falhado em sequência: além de Luiz Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho engrossam a lista de consagrados que não conseguem resultado nos tumultos palmeirenses.

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“O estatuto do Palmeiras não tem um modelo de gestão ideal na minha opinião. Não quero defender ninguém, mas é difícil. O caso do Tirone, por exemplo. Ele entrou e precisou de seis meses para entender o sistema. Depois, no segundo ano (2012) ele já precisa conquistar um título para conseguir se reeleger e só aí ele teria um ano bom, que é o terceiro. Mas nem é garantia de que ele fique no comando”, afirmou César Sampaio, formado em gestão esportiva.

A atual gestão discute as mudanças de estatuto e, principalmente, a implementação do sistema de eleição direta, o que descentralizaria o poder de voto do Conselho e daria a oportunidade de novas lideranças crescerem, o que significa renovação de poder e oxigenação de ideias. Em uma rápida análise, é fácil constatar que nomes que dominavam nos anos 1970 seguem os mesmos. Se não pelas mesmas figuras, pelos seus herdeiros.

A proposta feita e assinada por 81 conselheiros ainda no ano passado foi engavetada pelo presidente do Conselho Deliberativo, José Ângelo Vergamini. O diretor jurídico, Piraci de Oliveira, que era contra as modernizações até assumir seu atual cargo, hoje, comanda um grupo que tenta deixar as mudanças adequadas a um perfil ideal para o Palmeiras.

Luiz Gonzaga Belluzzo, o último presidente do clube antes de Tirone, afirmou que não há como o Palmeiras voltar a vencer caso os conselheiros não se unam em torno de um só ideal. No time, explica ele, o fim virou causa. Ou seja, é mais importante ter o poder e poder ter os benefícios que um cargo lhe proporciona do que comemorar um título. Tudo funciona como um dramalhão italiano.

Até por isso, explica Belluzzo, a última boa fase do Palmeiras foi na gestão Parmalat, quando o futebol conseguia ser imune à guerra dos bastidores. Um gerente profissional era cobrado por resultados e, se preciso fosse, seria demitido, como acontece em qualquer empresa. Hoje, o time tenta retomar esse modelo após a demissão de profissionais de áreas administrativas, marketing, comunicação e jurídica.

Enquanto se digladiam pelo poder e tentam impor os seus modelos de gestão, um com investimentos aos baldes e outros com retenção das despesas, o futebol vira alvo. Luiz Felipe Scolari não esconde o ódio que tem disso e que isso influencia no time. A tarefa mais do que difícil é blindar. Enquanto esse objetivo é alcançado, o Palmeiras continua caindo pelas tabelas, lamentam os conselheiros a favor da profissionalização. 

Por outro lado, no mercado, profissionais da área não deixam de criticar o ambiente turbulento do Palmeiras, que afasta investidores e parceiros sérios que possam ajudar o time a voltar à rota de vitórias que conquistou 15 milhões de torcedores.

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