Gravações sugerem ligação de Túlio com Cachoeira, diz jornal
A Polícia Federal divulgou gravações que sugerem uma ligaçao entre o jogador e ex-vereador pelo PMDB em Goiânia Túlio Maravilha com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso na operação Monte Carlo. Nas fitas, não há a voz de Túlio, mas a investigação mostra que o atacante procurou o contraventor para tê-lo como funcionário fantasma.
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A história é contada nesta terça-feira pelo jornal O Globo. Os telefonemas relatados na reportagem foram gravados com autorização judicial e a maioria deles refere-se a diálogos entre o contraventor e o vereador em Goiânia Santana Gomes (PMDB).
De acordo com o jornal, Cachoeira e Santana falam de um pagamento de R$ 30 mil ao jogador.
Ainda segundo O Globo, o advogado de Túlio, Levy Leonardo, confirmou que seu cliente recebeu R$ 30 mil de Cachoeira para sua campanha de deputado estadual em 2010. Para o advogado, Cachoeira doou o dinheiro devido ao amor que tem pelo Botafogo, clube em que Túlio foi ídolo.
“Um dado importante é que Cachoeira é botafoguense. Pode ter vindo daí esse conhecimento dele com o Túlio. Mas envolvimento em negócios, esquemas, nunca houve”, disse o advogado.
Nas ligações interceptadas pela PF entre os dias 11 e 31 de março de 2011, o nome de Túlio é citado várias vezes, mas sua voz não aparece em nenhum momento. No dia 13 de março, Cachoeira falou com o contador do grupo, Geovani Pereira, que estava usando o telefone de Santana.
“[Santana] Descobriu o que o Túlio quer com você. O Túlio quer nomear você no gabinete dele. Diz que teve problema com o goleiro do Morrinhos (time de futebol do interior de GO)”, diz Pereira rindo.
Depois dessa conversa, pouco mais de uma hora depois, Cachoeira ligou para Santana e confirmou a história.
“Descobri tudo, viu. Conluio. Wladimir e Túlio pra mim (sic) ser laranja”, diz o bicheiro, que se referia a Wladimir Garcez (PSDB), ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia.
Ainda segundo o jornal, as gravações indicam a existência de uma fita que teria imagens comprometedoras de Túlio e do prefeito da cidade, Paulo Garcia (PT). A fita estaria com o suplente Luciano Pedroso (PSB) ou com um homem chamado Urto. De acordo com o jornal, Santana diz que eles estariam dispostos a tomar o lugar de Túlio na Câmara.
No dia 13 de março Cachoeira ligou para Santana e o orientou a procurar Urto. Um dia depois, após ter se encontrado com Pedroso, Santana falou sobre a fita com Cachoeira e disse que era “Glicerina (sic) pura. Uma bomba”.
No mesmo dia, Santana disse que era possível editar a fita e cinco dias depois, no dia 18 de março, ele informa o preço de Luciano: R$ 300 mil e dois cargos.
No dia 31 de março, em diálogo com um homem não identificado –possivelmente jornalista ou blogueiro, segundo o jornal-, Cachoeira fala do conteúdo da fita.
“O Túlio, jogador de futebol, tem uma fita dele aqui com o prefeito do PT de Goiânia”, diz o bicheiro, que acrescentou: “O Túlio pede mais e o prefeito concorda. É nesse contexto aí”.
A fita nunca veio a público. Túlio renunciou em setembro, voltou para o Rio, onde jogou pelo Bonsucesso, e Pedroso assumiu o mandato. Segundo o jornal, Garcia diz que teve encontros com Túlio, mas que se tratava de uma relação entre prefeito e vereador.
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