São Paulo devolve a Taça das Bolinhas para a Caixa, mas diz que continuará disputa
O São Paulo, por meio de seu diretor jurídico, Kalil Rocha Abdalla, afirmou que já devolveu a Taça das Bolinhas para a Caixa Econômica após decisão da Justiça que autoriza até força policial para tirá-la do clube do Morumbi.
Em janeiro deste ano, a 18ª Câmara Cível do Rio de Janeiro havia negado o recurso do time paulista contra a decisão de devolução do troféu. Depois disso, o São Paulo não devolveu.
Na quinta-feira, a 50ª Vara Cível do Rio de Janeiro autorizou que força policial tire o troféu do São Paulo para que ele seja levado.
“Já devolvi a taça para a Caixa, pois me antecipei porque li nas matérias de vocês que o juiz deu essa ordem. Preferi devolver para não ter problema”, falou Kalil Rocha Abdalla ao UOL Esporte.
O dirigente, no entanto, diz que só cumpriu uma determinação judicial e que o clube vai continuar lutando para ter a posse do troféu. Ele sugeriu até que o presidente da CBF, José Maria Marin, que é são-paulino, tente conduzir a polêmica de uma forma amigável tanto com o São Paulo como com o Flamengo.
“Não está encerrada [a disputa]. Estamos devolvendo para a Caixa, por uma determinação do juiz, e não para o Flamengo. Não está terminado o processo. O juiz não determinou que fique lá [no Flamengo], mas sim que fique na Caixa”, continuou.
“Essa questão poderia ter um bom senso do presidente da CBF, agora que trocou o comando. O [Ricardo] Teixeira não tinha relações com o São Paulo, mas o Marin agora pode sentar, conversar com os dois clubes e pensar em uma solução. De repente fazer duas taças, não sei, tem que conversar”, continuou.
Entenda a polêmica
Esta briga entre São Paulo e Flamengo para ter a posse do troféu dura desde 2010, quando a CBF reconheceu o São Paulo como primeiro pentacampeão do Campeonato Brasileiro, o que lhe daria direito de receber a Taça, confeccionada pela Caixa Econômica Federal. No entanto, o clube carioca alega que o objeto lhe pertence desde 1992, quando venceu seu quinto título nacional.
Desde então, Flamengo e São Paulo travam uma batalha na Justiça para saber quem tem o direito de ter a posse da Taça das Bolinhas. Em fevereiro do ano passado, o clube paulista recebeu o troféu da Caixa Econômica Federal, mesmo sem uma definição judicial sobre o caso. Em outubro, o Rubro-Negro venceu esta ação, que obriga a devolução do objeto.
A grande questão se dá por conta do título de 1987, conquistado pelo Flamengo. O Rubro-Negro bateu o Internacional na final do módulo verde da Copa União, que tinha os times de maior torcida, como Corinthians, Palmeiras, Santos, Vasco, Flu. No entanto, o regulamento obrigava que tivesse uma decisão contra o Sport, campeão do módulo amarelo (que possuía o vice-campeão de 86, Guarani, e o quarto colocado, América-RJ), para determinar o campeão brasileiro deste ano. A equipe da Gávea se recusou a disputar este jogo, que fez com que a CBF reconhecesse os pernambucanos como campeões.
A CBF só reconheceu que o Flamengo foi campeão de 1987 no ano passado, depois de entregar a Taça das Bolinhas para o São Paulo. Até a Fifa foi procurada para resolver o caso, mas a entidade máxima do futebol mundial preferiu não interferir e deixou a decisão para a CBF. Ficou cogitado até que o objeto fosse duplicado, mas ainda não se sabe qual a resolução final desta questão.
* Atualizada às 17h29
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