Palmeiras volta a adotar Barueri como casa e põe bom desempenho acima de críticas da torcida

O palmeirense pode voltar a chamar a Arena Barueri de ‘minha casa’. Além do jogo desta quarta-feira diante do Paraná pela Copa do Brasil, o time mandará dois clássicos e outros quatro partidas do 1º turno do Campeonato Brasileiro. O local foi escolhido pela diretoria e pela comissão técnica, que não gosta de jogar no Pacaembu. A mudança coloca frente a frente a má vontade da torcida com o estádio e o ótimo desempenho que o time tem neste gramado.

Até agora, o time do Palestra Itália já atuou por 14 vezes em Barueri e conseguiu oito vitórias e quatro empates, contra apenas duas derrotas. Há, ainda, de se relevar um desses revezes, diante do Fluminense, quando a sua própria torcida queria ver o time carioca sair com os três pontos para que São Paulo e Corinthians saíssem prejudicados na corrida pelo título Nacional de 2010. O outro resultado negativo aconteceu no Brasileiro de 2011, contra o Coritiba.

O aproveitamento é de 67% dos pontos e, levando em conta a vantagem que o Palmeiras já conseguiu no jogo de ida da Copa do Brasil, ao vencer por 2 a 1, dificilmente o time de Felipão não estará na próxima fase. No total, foram 27 gols marcados e 15 sofridos.

“A gente escolheu a Arena Barueri por pedido da comissão técnica e também para levar em conta a parte de logística e o fato de em algumas datas o Pacaembu já ser usado por outra equipe. Mas o Pacaembu não está descartado. Vamos decidindo conforme o calendário”, disse César Sampaio ao UOL Esporte.

A logística que Sampaio diz jogar a favor do time está contra o torcedor. Os números mostram isso. Em 2010, o Palmeiras teve média aproximada de 12 mil torcedores no Brasileiro. Na Arena Barueri, esse número era de cerca da metade.  No Campeonato Paulista este ano, a média foi de 11.110 torcedores

Em jogos que começam às 22h por imposição da TV, por exemplo, os torcedores precisam deixar a Arena Barueri alguns minutos antes do término da partida para garantirem acesso ao sistema de trens que tem interligação com a capital. Não à toa, o anúncio foi seguido por uma série de críticas de torcedores nas redes sociais.

Ainda na linha da falta de público, o Palmeiras também sai perdendo na renda. Em 2010, por exemplo, o Palmeiras venceu o Guarani por 1 a 0 com 3.154 pagantes na Arena Barueri. A renda foi de R$ 72 mil. No pior público de 2012, a renda foi de mais de R$ 123 mil.

Em contrapartida, partindo do pressuposto que o time terá um público baixo, a escolha pela Arena Barueri pode ter sido acertada. Segundo súmulas da FPF (Federação Paulista de Futebol), a despesa entre aluguel, ambulância, doping, impostos, e demais taxas no Pacaembu chega a casa R$ 135 mil, como no empate por 2 a 2 com o Comercial. No Canindé, o gasto é semelhante.

Já em Barueri, o gasto é de menos de R$ 50 mil. Foi assim em 2011, na vitória por 3 a 0, onde menos de 4 mil pessoas compareceram, mas o gasto foi de R$ 43 mil.

A tendência de público baixo, no entanto, só acontece justamente pela mudança de casa. No ano passado, inclusive, a diretoria chegou a reconhecer que a Arena Barueri desagradava torcedores organizados e comuns.

Não à toa, há a preocupação da nova gestora do sócio torcedor para contemplar os que moram na capital.

Há, ainda, a tese de ‘azar do Pacaembu’ defendida por parte da comissão publicamente. O Palmeiras, no entanto, é o time brasileiro que mais conquistou títulos no estádio municipal, com 25 canecos levantados, além da estreia do local ter sido feita pelo Palestra Itália, em 1940, quando o Coritiba saiu derrotado por 6 a 2.