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Pedrinho perdoa agressor que "deixou no vácuo" e diz ter sentido rejeição de Leão

Meia Pedrinho escapa de carrinho em duelo entre Palmeiras e Guarani, em 2004 - Ayrton Vignola/Folhapress
Meia Pedrinho escapa de carrinho em duelo entre Palmeiras e Guarani, em 2004 Imagem: Ayrton Vignola/Folhapress

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

08/05/2012 14h00

O ex-meio-campista Pedrinho, hoje com 34 anos, foi dado como uma das maiores revelações do futebol brasileiro na década de 90, ao aparecer bem no Vasco durante a conquista do Campeonato Brasileiro de 1997.

Mas, no ano seguinte, sofreu uma entrada dura do zagueiro Jean Elias, então no Cruzeiro, e teve que ser submetido a uma operação no joelho direito pela ruptura dos ligamentos, justamente um dia antes de se apresentar à seleção brasileira pela primeira vez.

Depois disso, ele voltou a atuar em bom nível e até chegou a voltar à seleção, mas passou a ter uma série de lesões que atrapalharam sua sequência nos clubes por onde passou.

Pedrinho, no entanto, diz não guardar mágoa do agressor, hoje também aposentado. Só não entendeu porque, em um jogo pelo Campeonato Brasileiro de 2001, quando estava no Palmeiras, não fui cumprimentado pelo defensor, na época no América-MG. O ex-meia diz que olhou para o rival à espera de um aperto de mãos, mas que isso não aconteceu,

“Logo após aquele incidente [da entrada de Jean Elias] eu falei que ele não teve a intenção de me machucar. E assim continua até hoje. Eu fiquei esperando ele vir falar comigo no Palmeiras x América-MG, mas ele nem olhou para mim. Achei estranho na época”, falou. “Mas vi que ele comentou que não veio falar comigo porque tinha vergonha. Ele deve ter carregado uma cruz. Deixei bem claro que acidentes acontecem. Se a gente se encontrasse hoje não teria problema nenhum”, continuou.


Pedrinho foi revelado no Vasco, onde atuou por mais de seis anos, em duas passagens. Outro clube que marcou sua passagem foi o Palmeiras, pelo qual jogou por aproximadamente cinco anos. Lá, foi rebaixado em 2002 e depois deu volta por cima ao voltar com o time para a Série A do Brasileiro no ano seguinte. Ele conta do amor aos dois clubes e que se ofereceu até para ficar sem receber no time paulista em uma época que estava contundido.

“Muitas pessoas pensam que por você ter um salário alto, que não tem sentimentos e não pode se envolver. Sou um cara que tenho um amor imenso pelo clube pelo qual fui criado [Vasco] e gosto muito do Palmeiras, onde tive identificação. Amor é ter comprometimento, sentir o que o torcedor sente”, falou.

“Cheguei e falei para o Mustafá [Contursi, presidente do Palmeiras na época] que eu não queria receber enquanto estivesse machucado. Ele falou para eu voltar onde estava e não falar isso nunca mais.”

Pedrinho deixou o time alviverde no final de 2005. Chegou a ter uma proposta, meses antes, do São Paulo, mas recusou pela identificação com o Palmeiras. Mas acabou saindo por ser pouco prestigiado pelo então técnico do clube, Emerson Leão, hoje no São Paulo.

O meia era reserva do time, e por algumas vezes Leão fez declarações em tom de pouco prestígio ao atleta. Depois disso, ele decidiu sair.

“Na realidade, eu tive um problema com Estevam Soares [um dos antecessores de Leão]. Não sei se conversaram alguma coisa, não sei. Só que eu senti uma rejeição do Leão. Foi estranho porque ele sempre me queria no São Paulo. Mas apesar de a gente ter divergências no dia a dia, nada que faltasse com respeito”, finalizou.