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Carinho pela família leva jogadores do Cruzeiro a fazer tatuagens em homenagem a parentes

Anselmo Ramon exibe a tatuagem em seu braço esquerdo, com os pés de sua filha - Washington Alves/Vipcomm
Anselmo Ramon exibe a tatuagem em seu braço esquerdo, com os pés de sua filha Imagem: Washington Alves/Vipcomm

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

09/05/2012 12h00

Homenagem, demonstração de carinho, superação e até recordação. As motivações para as tatuagens dos jogadores do Cruzeiro são muitas, mas a maioria leva consigo um único sentimento: o carinho pela família. Dos jogadores sempre escalados por Vagner Mancini, cinco levam no corpo alguma inscrição relacionado às pessoas mais próximas: os meias Roger e Montillo, e os atacantes Wallyson, Wellington Paulista e Anselmo Ramon.

  • Guyanne Araújo/UOL Esporte

    Wallyson fez a tatuagem após a morte do pai para homenageá-lo, mas não sabe se ele aprovaria

Outros jogadores cruzeirenses já optam por marcar para sempre um momento da vida ou um gosto musical. À época em que foi vendido pelo Fluminense para o Benfica, em 2004, o armador Roger homenageou sua filha Lara, que à época tinha quatro anos. O jogador tatuou a fisionomia da criança no braço direito.
 
“Acho que é a única tatuagem que você não se arrepende. Mesmo o filho fazendo tudo errado, não te dando alegrias, você nunca deixa de amá-lo. Então é uma forma de homenagear a quem gostamos”, disse o experiente meia-atacante celeste.

Roger não mora com filha em Belo Horizonte, já que a mesma reside com a mãe, Karoline Lopes Barth, no Rio de Janeiro. Ele é casado com Deborah Secco, que é atriz exclusiva da Rede Globo de Televisão.
 
Nas costas, o argentino Montillo carrega a imagem tatuada do filho mais velho, Valentim. O jogador disse que a inspiração veio quando ainda atuava no futebol chileno pela Universidad do Chile, entre 2008 e 2010.
 
“Queria fazer algo para que ele ficasse para sempre, na memória. A ideia veio quando eu estava atuando no Chile e vi uma tatuagem em outro jogador. É uma coisa que me encantava e resolvi fazer. Tenho dois filhos e se vier o terceiro não sei o que vou fazer”, brincou o jogador.

  • Gabriel Duarte

    Wellington Paulista carrega tatuado em seu braço esquerdo, desde 2008, o nome da filha Isabelli

Já para o atacante Wallyson, a tatuagem no braço esquerdo tem sinônimo de recordação. O jogador fez homenagem ao pai, Antônio Maciel, falecido em outubro de 2010, com câncer.

  • Washington Alves/Vipcomm

    Meia Roger homenageou a filha Lara com tatuagem e diz que essa não há como arrepender

Por cerca de dois meses, o atleta foi liberado pela diretoria celeste para acompanhar o tratamento do pai, em Natal, ficando fora de algumas partidas da equipe durante o Campeonato Brasileiro.

Segundo o jogador, a ideia ocorreu antes do falecimento. Porém, segundo ele, seu pai não gostaria de ver a tatuagem, já que não gostava deste tipo de expressão. “Ele não iria gostar, não. Mas é porque o considero muito e por isso decidi fazer. Cheguei a comentar com minha mãe sobre isso e ela gostou da ideia. Então, resolvi fazer”, contou.

  • Gabriel Duarte/UOL Esporte

    Volante Marcelo Oliveira, do Cruzeiro, exibe às suas costas uma mensagem religiosa tatuada

Outros dois integrantes do ataque também têm tatuagens, todas homenageando as filhas. Wellington Paulista fez o rosto e nome de Isabelli, quando ainda atuava pelo Botafogo, em 2008. Já Anselmo Ramon preferiu colocar os pés de sua filha no braço.
 
Exceções

Outros jogadores do time celeste preferiram tatuar letras de música e mensagens religiosas. Em 2008, depois de ficar um ano se recuperando de um rompimento no ligamento cruzado do joelho esquerdo, o volante Marcelo Oliveira decidiu fazer uma tatuagem com o escrito “Com Deus tudo é possível”.
 
Para fazê-la, o jogador se inspirou no filme norte-americano “Desafiando Gigantes”, sobre um treinador de futebol americano que consegue reerguer a carreira ao conhecer os ensinamentos bíblicos e que um dos personagens da trama tinha a mesma tatuagem.

Por ser fã do grupo de rap Racionais, o volante Amaral demonstrou o gosto pela banda ao escrever parte da música “Negro Drama” em sua perna esquerda e também no pescoço a expressão “Vida Loka”, outra música do grupo paulistano.