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MP do Trabalho vistoria Cidade do Galo e avalia dependências da base do Atlético-MG

Cidade do Galo foi vistoriada pelo Ministério Público do Trabalho nesta sexta-feira - Bruno Cantini/Site do Atlético-MG
Cidade do Galo foi vistoriada pelo Ministério Público do Trabalho nesta sexta-feira Imagem: Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

Do UOL, em Belo Horizonte (MG)

18/05/2012 16h40

O Ministério Público do Trabalho encerrou, no começo da tarde desta sexta-feira, vistoria realizada na Cidade do Galo, para avaliar as dependências da categoria de base e as condições dos atletas do Atlético-MG, que foi condenado em 2011 por explorar menores em suas divisões amadoras. Ainda cabe recurso da decisão por parte do clube mineiro.

Na visita desta sexta-feira, o MP do Trabalho, que chegou à Cidade do Galo por volta das 9h, avaliou as dependências do hotel da base, onde se hospedam os jovens da base, as condições oferecidas aos garotos que treinam no clube, além dos registros e idade de cada um. A imprensa não teve acesso à inspeção realizada pelo Ministério Público.

A vistoria foi chefiada pela procuradora do trabalho Ana Claudia Nascimento Gomes, que preferiu não se manifestar sobre o assunto, nesta sexta-feira. Ela informou que só falará quando tiver o relatório completo da vistoria ao CT atleticano e, para isso, precisa receber as informações dos demais integrantes da comissão, que participaram da vistoria ao CT atleticano.

  • Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

    Hotel destinado aos jogadores das categorias de base do Atlético-M, localizado na Cidade do Galo, em Vespasiano, foi vistoriado por comissão do Ministério Público do Trabalho

De acordo com reportagem publicada pelo UOL Esporte, 12 garotos das categorias de base moravam em condições precárias em uma pensão informal de Belo Horizonte. Os menores não tinham atendimento médico, psicológico ou dentário, o que contraria a Lei Pelé e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Pela condenação, o clube está proibido de manter jogadores abaixo de 14 anos de idade em suas categorias de base. Os maiores de 14 deverão, pela sentença, ser mantidos com contrato de aprendiz, recebendo um salário mínimo proporcional pelas horas trabalhadas no clube.

Em sua sentença, o juiz Mauro Elvas Carneiro, substituto da 11ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, escreveu que os menores “tinham de se deslocar a pé da pensão até a Vila Olímpica (pertencente ao Atlético Mineiro) e, de lá, eram levados até o centro de treinamento da cidade de Vespasiano. ... Não contavam com alimentação adequada e sofriam com os longos períodos de privação do convívio familiar... e muitos ainda apresentavam problemas de aprendizagem escolar”

Na última quarta-feira, o Atlético divulgou nota oficial explicando que a condenação por uso de jogadores infantis ainda não transitou em julgado (a decisão ainda cabe recursos). O clube mineiro disse que já vem cumprindo a determinação de não manter em suas categorias de base crianças com idade inferior a 14 anos.