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Leão e diretoria do São Paulo mantêm queda de braço mesmo após retomada das vitórias

Nem mesmo o bom desempenho dentro de campo diminuiu o clima ruim entre Leão e a diretoria  - Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Nem mesmo o bom desempenho dentro de campo diminuiu o clima ruim entre Leão e a diretoria Imagem: Rivaldo Gomes/Folha Imagem

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

18/05/2012 06h00

As duas vitórias seguidas na Copa do Brasil reforçaram o bom momento do São Paulo em campo. Mas nos bastidores, o clube vive uma queda de braço entre a diretoria e o técnico Emerson Leão, problema que tem ofuscado o êxito do Tricolor dentro do gramado.

Leão não se dá com os principais responsáveis pelo futebol do São Paulo, o diretor Adalberto Baptista e o vice João Paulo de Jesus Lopes, apesar de o trio não admitir isso publicamente.

“Se o clima não estivesse bom, ele teria sido demitido ou teria pedido demissão, já que vocês conhecem a personalidade do Leão. Se ele continua, é porque está bom”, disse nesta quarta-feira Jesus Lopes. “Meu relacionamento com meus diretores é igual, nada mais. É igual, nada mais”, declarou recentemente Leão, incomodado ao falar sobre o assunto.

A briga entre o treinador e a diretoria do São Paulo ficou clara na primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil contra a Ponte Preta. Os dirigentes desautorizaram Leão ao determinarem a exclusão do zagueiro Paulo Miranda da concentração da equipe, alegando preservação por deficiência técnica. Foi aí que o processo de fritura começou.

Leão eliminou o risco de demissão temporariamente ao derrotar a mesma Ponte Preta por 3 a 1 no duelo de volta no Morumbi. Na ocasião, o treinador estava visivelmente aborrecido na coletiva pós-jogo pela fritura que passou. O discurso da diretoria de que a fala do presidente Juvenal Juvêncio antes e depois do jogo motivou os jogadores do São Paulo a vencer também irritou o técnico, que viu o triunfo contra os campineiros como resultado do que é treinado no CT da Barra Funda.

Desde então, dirigentes e Leão trocam ‘alfinetadas’ públicas, algo sutil para que a crise não volte ao São Paulo e não influencie no rendimento dos atletas em campo, numa espécie de pacto de não agressão para tentar conquistar o título da Copa do Brasil.

Mas apesar do aparente clima amistoso, Leão e a cúpula de futebol divergem publicamente de vários aspectos, numa clara falta de sintonia entre as partes. O exemplo mais latente disso é em relação aos reforços para o Brasileirão: o treinador pede mais jogadores sempre que pode, e a diretoria diz não ver necessidade quando questionada sobre o assunto.

“Quero e espero que cheguem mais atletas para nos ajudar”, disse Leão na quarta. “As decisões sobre a chegada ou não de reforços sempre foram e sempre serão da diretoria. Quando entendermos que for necessário contratar, o faremos, no mais absoluto sigilo”, rebateu Jesus Lopes.