Topo

Proximidade das eleições presidenciais deixa o Palmeiras cada vez mais dividido

Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, em foto do dia 16 de janeiro de 2011 - Thiago Vieira/Folhapress
Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, em foto do dia 16 de janeiro de 2011 Imagem: Thiago Vieira/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

25/05/2012 09h00

QUEM É QUEM NAS ELEIÇÕES

Arnaldo Tirone é o atual presidente e quer a reeleição
Ex-presidente Mustafá Contursi não definiu quem apoiará e tem pelo menos 40 votos no seu grupo
Paulo Nobre vai à segunda candidatura e adota a cautela. Ele nem oficializou a entrada no pleito ainda
Della Mônica é o ex-presidente que tem o maior grupo em torno dele. Otimistas falam em mais de 100 votos
Wlademir Pescarmona, ex-diretor de futebol, anunciou a candidatura, mas pode colocar Perin no seu lugar

O Palmeiras honra a fama de política caótica. A cerca de sete meses da eleição que definirá o presidente do clube em 2013 e em 2014, ano do centenário, é praticamente impossível traçar um cenário de quem serão os candidatos ao pleito, tampouco escolher o favorito para assumir o comando no início da temporada que vem.

Nem mesmo os conselheiros mais antigos, que estão acostumados com a tradição “italiana de ser”, conseguem traçar um cenário.

O atual presidente, Arnaldo Tirone, já afirmou que tentará a reeleição. O problema para ele é que a sua base eleitoral ruiu. Os conselheiros que se uniram para derrubar Luiz Gonzaga Belluzzo em 2010, hoje, já estão completamente divididos. Mustafá Contursi e seus seguidores, por exemplo, estão rompidos com o atual gestor e não sabem em quem vão votar. Estima-se que esse grupo tem cerca de 40 votos.

O grupo do ex-presidente, no entanto, vem sofrendo cada vez mais baixas. O diretor jurídico, Piraci de Oliveira, por exemplo, votou contra a orientação de seu padrinho político na hora de aprovar as contas. Edvaldo Frasson e Mario Gianini são outros “mustafistas” que seguem com cargo na gestão de Tirone.

A recente saída de Walter Munhoz da base eleitoral de Tirone dá margem a especulação de que ele segue firme e forte com Mustafá Contrusi. 

Do outro lado, o grupo do também ex-presidente Affonso Della Mônica faz trabalhos de bastidores para reunir votos mesmo sem saber quem apoiará. Alguns mais otimistas afirmam que já há união de 150 pessoas.

Ou seja, eles escolheriam o próximo presidente do Palmeiras. Aqueles que têm mais pés no chão, no entanto, dizem que o grupo pode contar apenas com 60 votos.

A oposição, a exemplo do que aconteceu na última eleição, também está dividida. O ex-diretor de futebol Wlademir Pescarmona anunciou com antecedência a sua candidatura, mas especula-se que tudo não passou de “sinal de fumaça”.

Segundo oposicionistas, a intenção da UVB, grupo de Pescarmona, é lançar o nome de Décio Perin, nome até então pouco conhecido na mídia.

Do outro lado está Paulo Nobre. O piloto de rali bate o pé na hora de se render aos conchavos, prática comum na política do Palmeiras. Por isso, a maioria considera que a chance dele vencer é zero. Alguns de seus correligionários tentam convencer Nobre de que é necessário fazer união para vencer.

Della Mônica se recusa a apoiar Mustafá, Tirone, Nobre e diz que Perin pouco entende de futebol para ser presidente. Por isso, especula-se nos bastidores que um novo nome será lançado por eles. 

Há, ainda, a remota possibilidade de que as próximas eleições já sejam disputadas no novo modelo, com a participação do associado. Caso isso aconteça, os poderes de Mustafá Contursi e Arnaldo Tirone seriam anulados. Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona passariam a ser os favoritos.