Oposição do Fla tenta unificar chapas como 'última cartada' para derrubar Patrícia

Indignados com a gestão de Patricia Amorim e diante da ameaça real de ver a atual presidente no comando do Flamengo por mais três anos, a oposição rubro-negra tenta uma última cartada para derrotá-la nas eleições que ocorrerão em dezembro. Lideradas por Márcio Braga, que já comandou o clube por 14 anos, as diferentes correntes opositoras se reuniram na noite da última segunda-feira para tentar unificar as chapas como forma de confrontar a força da mandatária nas urnas.

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Com a participação de 250 sócios, entre diretores, conselheiros, beneméritos e ex-presidentes, o movimento "Ocupe o Flamengo - Central de Oposições" deu o pontapé inicial para aquela que acreditam ser a tentativa derradeira de evitar uma possível reeleição da atual presidente no pleito do final de 2012.

Um dos integrantes da mesa principal do encontro ocorrido em um teatro na zona sul do Rio de Janeiro, Walter D'Agostino, ex-presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo, afirmou que o atual quadro político do clube é extremamente delicado e apelou pela unificação das chapas de oposição. Segundo ele, esse é o único caminho para evitar novos problemas nos próximos anos.

"Estamos diante de um momento de muita reflexão para o futuro do Flamengo. Não podemos mais aceitar certas coisas da atual administração. O quadro atual é lamentável e temos que reverter. Se dividirmos os votos da oposição, a situação vai ganhar. Isso é um fato tristemente consumado. Eu apelo que os senhores se unam em torno deste propósito. O Flamengo não merece ter essa diretoria em mais um mandato", disse o benemérito, aplaudido por todos os presentes.

Figura marcante na história do Flamengo, o ex-presidente Kleber Leite também fez o seu apelo. "O momento é crítico e precisamos nos unir para evitar o pior. Este é o caminho se queremos ver o Flamengo de volta aos dias de glória. Deixemos as vaidades de lado e pensemos única e exclusivamente em prol do clube, independente de candidato. Precisamos chegar a um consenso e decidir um nome para confrontar essa presidente em dezembro", disse o dirigente.

Primeiras "rusgas"

Apesar do discurso inflamado e da promessa de união pelo objetivo de impedir a reeleição de Patricia Amorim, os opositores já tiveram que enfrentar o primeiro desafio em função da vaidade de seu membros.

Enquanto Márcio Braga aproveitava um intervalo do evento para pedir apoio ao ex-técnico Andrade nas eleições municipais de outubro, o ex-vice de futebol Marcos Braz, que também será candidato a vereador, não gostou de ter seu nome esquecido pelo antigo presidente.

Visivelmente contrariado, Braz ainda aproveitou enquanto discursava para ratificar que não será candidato à presidência do Flamengo para cutucar Braga. "Você não está acostumado a tratar com pessoas que falam a verdade, mas eu te disse uma coisa em janeiro e vou cumprir. Não serei candidato a nada na eleição de dezembro", bradou, antes de deixar o local e criar a primeira rusga no grupo.

A administração deste problema surgido na noite da última segunda-feira será apenas um dos desafios do grupo até a votação do final do ano. Com diferentes correntes e pensamentos dos mais variados, os líderes da oposição sabem que terão que se esforçar para arranjar um nome de consenso para a disputa com Patricia Amorim.

Três pré-candidatos compareceram ao evento da última segunda e aguardam novas reuniões do grupo para definir pela adesão a causa de unificar as chapas. Ronaldo Gomlevsky, Lysias Itapicuru e um representante de Afonso Romero discursaram no palco do teatro e prometeram escutar as ideias do grupo liderado por Marcio Braga.