Gustavo Nery ganhará salário mínimo no São Bernardo e brinca: 'errar nome do time deu sorte'
Perto de completar 35 anos em julho, o lateral esquerdo Gustavo Nery assinou contrato até o final da temporada para vestir a camisa do São Bernardo para a disputa da Copa Paulista. Morador da cidade do ABC paulista há 22 anos, o experiente defensor se vê melhor fisicamente que “muito jogador mais jovem”, diz que irá ganhar R$ 622, um salário mínimo por mês, e leva com bom humor algumas das maiores gafes da carreira.
Ao ser apresentado como reforço do Corinthians em 2005, Gustavo Nery disse que era um “prazer jogar pelo Corinthians Futebol Clube”, cometeu outro deslize ao tentar corrigir o primeiro e falou “Corinthians Esporte Clube”. Mais tarde, em 2008, trocou o Internacional pelo Grêmio na sua apresentação no Colorado.
“Claro que eu levo na boa isso. Errar o nome deu sorte. Quando errei o do Corinthians, fomos campeões brasileiros em 2005. Depois no Inter fui campeão também. Já pensou se eu erro o nome do São Bernardo, e nós conquistarmos o título da Copa Paulista? Todos têm erros e acertos, quem nunca se expressou errado?”, disse Gustavo Nery ao UOL Esporte.
Gustavo Nery estava sem vínculo com qualquer clube desde a metade de 2010, quando acabou seu contrato com o Santo André. Além da vontade de voltar aos gramados, a cobrança do filho mais velho pesou no fim do retiro.
“Eu vinha treinando, meu condicionamento físico está bom e pesou um pouco meu filho, de dez anos, que me cobrava por não ter me visto jogando. Acompanhei o crescimento do meu outro filho, de um ano, e agora vou atender ao pedido do mais velho”, afirmou.
Apesar do tempo parado, Nery se diz muito bem fisicamente, fato comprovado, segundo ele, nós teste físicos. "Fiquei na frente de muito jogador mais jovem que eu", avisou o lateral, apresentado no time do ABC na última quarta-feira.
Para voltar a jogar, o lateral, que diz ter uma “vida tranquila” em São Bernardo, decidiu fazer um acordo pouco comum no futebol com o Bernô. “Meu contrato é até o final do ano e vou ganhar um salário mínimo por mês, só para poder registrar na carteira. É uma coisa simbólica, para mostrar minha vontade de jogar, sem bônus por metas, nem jogos disputados”, disse.
O lateral esquerdo também comentou outra passagem polêmica. Em 2001, ele foi afastado pelo então treinador Nelsinho Baptista do elenco do São Paulo e foi chamado de “laranja podre”. Gustavo descarta qualquer mágoa do técnico, mas diz que o ocorrido marcou sim sua carreira.
“Encontrei o Nelsinho no Corinthians (em 2007), conversamos e ficou tudo lá trás. Foi uma coisa que marcou, a minha família ficou meio assim, mas voltamos a trabalhar juntos, sem problemas. Não temi ficar marcado como ‘laranja podre’, joguei no exterior, na seleção brasileira, mas são coisas que marcam”, revelou o jogador.
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