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Artilheiro do Fla-Flu, Zico recorda clássico e 'pedido de misericórdia' de tricolor

O Galinho Zico é seguido por uma legião de fãs rubro-negros por onde passa: Fla-Flu Imagem: Thiago Bernardes/UOL

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/07/2012 14h00

Maior ídolo da história do Flamengo e artilheiro do histórico Fla-Flu, Zico vive a expectativa para o clássico do centenário, domingo, às 16h, no Engenhão, pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. Vestindo a camisa 10 da Gávea, o Galinho entrou em campo 44 vezes contra o rival e marcou 19 gols. São inúmeras passagens curiosas pelo jogo que considera o mais charmoso. Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o hoje técnico da seleção do Iraque recordou momentos marcantes. Entre eles, a invasão de um torcedor tricolor ao gramado do Maracanã pedindo para que o time rubro-negro parasse de marcar gols.

A identificação de Zico com o clássico é tanta que ele se despediu do futebol com a camisa do Flamengo contra o Fluminense. Em 1989, goleada rubro-negra por 5 a 0 e a marca de sempre. Gol de falta. Forma com a qual vazou a meta tricolor em outras oportunidades, mas nada comparado ao dia 16 de fevereiro de 1986. Na ocasião, Zico estava retornando ao time do Flamengo após uma luta contra lesões. Ao pisar o gramado do Maracanã, o camisa 10 foi recebido com os gritos da torcida tricolor: “bichado”, “bichado, “bichado”. Para o Galinho, a partir daí escreveu uma das maiores atuações da carreira.

“Esse fato inusitado mexeu muito comigo. Ouvir isso ao pisar o gramado foi complicado. Infelizmente, um ex-presidente nosso tinha tomado uns refrigerantes a mais. E você sabe que muito refrigerante deixa a pessoa meio tonta e perturbada. Ele disse que eu estava bichado para justificar a minha venda três anos antes para Itália. Fiz talvez uma das maiores partidas da minha vida. Tudo o que tentei deu certo. Fiz três gols, um deles muito bonito de falta, e ganhamos por 4 a 1. Também é marcante em razão de ter sido o único jogo que atuei com o Sócrates no Brasil”, afirmou.

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Só as lembranças de Zico são suficientes para escrever um livro sobre o Fla-Flu. Mas além da atuação mais marcante, o Galinho de Quintino também recordou o episódio mais curioso. Sem precisar o ano, lembrou um “pedido de misericórdia” de um torcedor que invadiu o campo durante mais um encontro entre os rivais.

“Estávamos ganhando por 3 a 0 com 30 minutos de jogo. Teve uma pausa na partida e estava meio de lado no Maracanã. Um torcedor do Fluminense invadiu, se ajoelhou aos meus pés e pediu pelo amor de Deus para pararmos de fazer gol no time dele. E ficou nisso mesmo. O pedido do cara deu certo (risos). Não marquei naquele jogo. Se bem me recordo, os gols foram do Lico, Marinho e Vitor. É um momento impossível de esquecer”, comentou.

Com uma veia poética, o maior ídolo do Flamengo encontra nas lembranças da infância a melhor forma para definir o Fla-Flu. Desde que passou a frequentar o Maracanã como torcedor, Zico se encantou com as cores do encontro entre os clubes. Uma nostalgia que promete levar até o seu último dia de vida.

“O Fla-Flu representa a incógnita. É um clássico onde tudo pode acontecer. Não importa o momento que cada clube vive. Sempre acontece algo inusitado. Considero o clássico mais charmoso pelas cores, principalmente em razão de ter visto e atuado em vários com o Maracanã absolutamente lotado. É realmente uma grande festa das torcidas”, disse.

Zico não vai ao Engenhão. O Galinho está nos Estados Unidos para a realização de uma clínica de futebol. Tampouco sabe se conseguirá assistir ao histórico clássico. Porém, deixa a sua torcida pelo time da Gávea e espera um Campeonato Brasileiro acirrado até o final do ano.

“Realmente, estarei na casa do meu filho em Nova York. Não sei se vou conseguir ver o jogo. Vou tentar. Mas lógico que espero uma vitória do Flamengo, mas ainda é muito cedo para falar algo em termos de campeonato. Torço para que seja disputado até as últimas rodadas, como aconteceu no ano passado. O torcedor gosta disso”, encerrou.

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