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Presidente do Conselho do Flamengo não crê em impeachment de Patricia Amorim

Patricia é acusada de gestão temerária por seus opositores, que pedem o impeachment - Fernando Azevedo/ Fla Imagem
Patricia é acusada de gestão temerária por seus opositores, que pedem o impeachment Imagem: Fernando Azevedo/ Fla Imagem

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/07/2012 16h36

Além do momento complicado dentro de campo, o Flamengo vive tempos conturbados nos bastidores. Nesta sexta-feira, os conselhos do clube receberam do ex-presidente Márcio Braga um documento com um pedido de impeachment de Patricia Amorim. No entanto, segundo Sylvio Capanema, presidente do Deliberativo, o processo para destituição da atual mandatária não é tão simples quanto os opositores imaginam.

Ele vê dificuldades no caso e não crê na saída de Patricia. Além disso, o Sylvio alerta que este tipo de processo de destituição de presidente não pode ocorrer em período eleitoral, que se inicia em 31 de agosto.

"Antes de mais nada, terei que decidir se defiro ou não esse pedido de liminar para afastar a presidente. E não é uma coisa tão simples. Esse impeachment só caberá caso haja um flagrante de ilegalidade. E tem um ponto do estatuto muito importante: esse tipo de processo não pode ocorrer em período eleitoral. Não creio muito nisso", avaliou Capanema, em entrevista à Rádio Brasil.

Em seguida, o presidente do Conselho Deliberativo deu detalhes de como o processo acontece e explicou que uma votação pela saída de Patricia só poderia ocorrer com a presença de pelo menos um terço dos quase dois mil membros do conselho. E Sylvio lembrou que isso só aconteceu uma vez, na reunião que destituiu o ex-presidente Edmundo Santos Silva, em 2002.

"Receberei a documentação, em seguida iremos nomear uma comissão com no mínimo três conselheiros, cinco ou até mais conselheiros. Eles que vão intimar o requerido para defesa. Feito isso, a comissão inicia a averiguação dos fatos, ouvindo testemunhas, e aí o processo se dará com a produção das provas. A comissão devolve à presidência, que pode ouvir a comissão jurídica ou não, e põe o processo em votação secreta. Pelo estatuto, o prazo é de 60 dias, mas prorrogável alegando fatos de força maior. Com isso, entraremos em período eleitoral e isso se torna inviável", explicou Sylvio.

Oposição fala em "gestão temerária"

Apoiado pela correntes opositoras da política rubro-negra, Márcio Braga se baseia em um artigo da Lei Pelé para tentar a retirada de Patricia do cargo. O ex-presidente preparou um extenso documento que usa a justificativa de "gestão temerária" como principal argumento na luta de bastidores contra a atual mandatária.