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Após ser 'novato' no banco, Torres vira maior esperança do Chelsea na Supercopa Europeia

 Torres comemora gol marcado pelo Chelsea, o segundo contra o Newcastle, pelo Inglês - Sang Tan/AP Photo
Torres comemora gol marcado pelo Chelsea, o segundo contra o Newcastle, pelo Inglês Imagem: Sang Tan/AP Photo

Do UOL, em São Paulo

31/08/2012 06h00

Quando o Chelsea enfrentar o Atlético de Madri em Mônaco, nesta sexta-feira, todos os holofotes estarão sobre o atacante espanhol Fernando Torres. Ele custou aos Blues £ 50 milhões, se tornou a maior decepção da temporada passada e amargou o esquecimento no banco de reservas. Mas, depois de dois gols nos últimos três jogos, virou a principal esperança ofensiva do atual campeão europeu.

Torres tentará conduzir seu time ao título da Supercopa Europeia, partida que coloca frente a frente os vencedores da Liga dos Campeões e da Liga Europa e é a considerada a abertura “oficial” da temporada continental.

A partida, às 15h15, terá transmissão da Band e da ESPN Brasil.

O Atlético, vencedor da última edição, tentará manter a hegemonia espanhola no torneio. Desde 2009, com Barcelona (duas vezes) e o próprio clube madrilenho no ano passado, apenas times da península levantaram o troféu.

Para chegar lá, a equipe precisará anular Torres em sua trajetória de ascensão pessoal. Ele afirma que se tornou outro homem, “melhor” e “mais forte”, depois de uma conversa sobre seu futuro com a direção do Chelsea e com o técnico Roberto di Matteo.

“Eu tive uma conversa com o Robbie [Di Matteo] e disse o que sentia sobre a última temporada e o que queria para o futuro. Em cinco minutos, tudo estava mais claro na minha cabeça”, revelou o espanhol na véspera da decisão.

Aos 28 anos, Torres, apelidado de “El niño” (o menino) por supostamente aparentar ser mais jovem do que é, disse que o pesadelo vivido na última temporada o ensinou a ser um jogador “de time”, a entender cada um de seus colegas. Tratado como um astro desde a adolescência, ele voltou a se sentir um novato brigando por espaço e pela atenção do professor.

“Eu nunca tinha ficado no banco por oito jogos em sequência como eu fiquei. Eu nunca tinha sido essa parte do time. Comecei a entender cada um na equipe. Foi uma nova experiência que me fez aprender um monte de coisa e me tornou um companheiro melhor”, disse o jogador. “Eu estava de novo com 17, 18 anos, tendo que lutar a cada dia pelo meu espaço. Fiquei mais forte com isso, embora não queira nunca mais passar por essa situação.”

Torres virou o grande atacante do Chelsea por causa da saída de Didier Drogba, herói marfinense da conquista da Liga dos Campeões, negociado com o futebol chinês.

Para o jogo desta sexta, haverá outro componente em campo. Depois de quatro anos, será a primeira vez do atacante contra o clube que o projetou e do qual ele afirma ainda ser um torcedor. Se balançar a rede do Atlético nesta sexta, Torres não vai comemorar o gol, tradicional reverência boleira aos clubes “do coração”.

“Este jogo não podia ser mais especial para mim. O Atlético só me ajudou. Sou um deles, e eles sabem disso. Não são apenas a minha antiga equipe, mas também o clube para o qual torço. Sei que tenho que colocar estas coisas de lado. Viemos aqui para vencer o jogo. Deixarei os meus sentimentos de lado durante os 90 minutos e, após o encontro, voltarei a ser um torcedor”, disse o espanhol, que esteve do outro lado por sete anos, até 2007.

Além dele, o Chelsea contará com os brasileiros Ramirez e Oscar, que devem ser opção no banco de reservas, e com zagueiro David Luiz, provável titular. No lado de Madri, o destaque é o atacante colombiano Falcao.

DESPEDIDA DE MÔNACO

Essa será a última edição da Supercopa Europeia no principado que a abriga desde 1998, quando o torneio adotou o formato atual de um único jogo. A partir de 2013, a partida será itinerante. A edição do ano que vem acontecerá em Praga, na República Tcheca. As próximas sedes serão Cardiff (País de Gales) e Tbilisi (Geórgia).