Obrigado a correr em treino, D. Carvalho cansa e reclama: 'Pensei que a escravidão tinha acabado'

A vida não é fácil para o meio-campista do Palmeiras Daniel Carvalho. Nesta quarta-feira, sob o forte calor que se abateu sobre a cidade de São Paulo, ele voltou a treinar depois de duas semanas enquanto se recupera de mais uma lesão na temporada.

Mas o meia não estava muito feliz com a carga de exercício que lhe impuseram. Enquanto os demais palmeirenses participavam de um animado treino recreativo, Daniel estava em outro campo dando arrancadas de 60 metros que lhe deixaram arfando.

“Pensei que a escravidão tinha terminado”, afirmou o jogador se apoiando na grade que separa os jogadores dos jornalistas, o corpo inclinado para a frente, respiração pesada, cara de poucos amigos.

Foram pelo menos cinco corridas, nas quais um dos preparadores físicos do clube lhe gritava para que ele fizesse tempos cada vez menores. Segundo o profissional, Daniel estava conseguindo correr 60 metros em 9 segundos. O objetivo era melhorar esse performance e atingir o máximo de velocidade possível.

Com esse tempo, o jogador corria a 24 km/h. Para efeito de comparação, um velocista olímpico costuma cruzar a linha de chegada de uma prova de 100 metros rasos geralmente a 36 km/h. Uma pessoa normal, não atleta, atingiria no máximo 22 km/h.

Apesar de estar cumprindo a rotina prevista, Daniel Carvalho não se mostrava muito convencido sobre a utilidade daquele tipo de treino. “Esse treino é bom porque dá confiança”, comentou o preparador físico. “Eu já estou confiante”, rebateu Daniel.

Em seguida, gritou para outro funcionário do clube para que lhe fosse trazida uma nova camiseta. Cansado de correr, ele foi se juntar aos colegas no treino com bola. 

O Palmeiras está em 18º lugar na tabela de classificação do Brasileiro. A torcida já teme rebaixamento. O time volta a campo na quinta, às 21h, contra o Sport, no Pacaembu. Daniel ainda não deve jogar porque ainda não está 100% preparado.