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Fla encara maior jejum sem patrocinador master e sofre prejuízo de quase R$ 14 milhões

V. Love comemora mais um gol e posa para fotos com camisa sem patrocínio master - Alexandre Vidal/Fla Imagem
V. Love comemora mais um gol e posa para fotos com camisa sem patrocínio master Imagem: Alexandre Vidal/Fla Imagem

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/10/2012 06h10

As dificuldades para arcar com os salários dos jogadores e contratar novas peças para o time não acontecem por acaso no Flamengo. Com problemas de marketing e dificuldades no mercado, o clube completou nos últimos dias nove meses sem um patrocinador master na camisa e já encara o maior jejum de um anunciante no espaço mais nobre do uniforme nos últimos 28 anos.

Desde que deu início ao acordo com a Petrobras que durou 25 anos, em 1984, o rubro-negro não sabia o que era ficar tanto tempo sem um patrocinador master. Em 2011, quando também encontrou dificuldades para fechar com um parceiro, o Flamengo chegou a ficar pouco mais de sete meses sem uma anunciante principal, mas conseguiu fechar com a Gillete um contrato de cerca de R$ 6,5 milhões até o fim do ano.

O mesmo desfecho, no entanto, não deve ser visto neste ano de 2012. Dependendo de acordos pontuais para jogos esporádicos, o Flamengo periga encerrar a temporada sem conseguir um patrocinador master.

OS ÚLTIMOS PATROCINADORES DO FLA

Petrobras (25 anos)De 1984 a abril de 2009
ALE (3 meses)Outubro a dezembro de 2009
Batavo (1 ano)Janeiro/2010 a janeiro/2011
Gillete (4 meses)Agosto a dezembro de 2011

Prejuízo de R$ 14 milhões

Segundo pessoas ligadas à direção do clube e membros responsáveis por controlar as finanças do rubro-negro, a falta de um parceiro neste período representa um prejuízo de quase R$ 14 milhões. A cúpula do Flamengo entende que seria possível faturar pelo menos R$ 1,5 milhão por mês com o espaço frontal da camisa.

Procurados pela reportagem do UOL Esporte durante a última semana para comentarem o problema, os dirigentes do marketing do clube não responderam os contatos.

Os questionamentos sobre o fracasso na busca por um parceiro, porém, não ficam sem respostas. Nos bastidores, os dirigentes culpam a briga com a Traffic, que era responsável por este trabalho no início do ano, e a proximidade da eleição para presidência pelos insucesso nas negociações.

E a falta de um patrocínio é justamente uma das maiores cobranças que a atual gestão sofre da oposição no período que começa a esquentar a briga política do clube. Os críticos e opositores da presidente Patricia Amorim apontam o departamento de marketing como um dos grandes fracassos de seu mandato. De fato, em três anos, a atual mandatária não conseguiu fechar um contrato longo de patrocinador master.

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O último bom acordo foi fechado no final de 2009, quando Delair Dumbrosck ainda era o presidente, e entrou em vigência no ano de 2010. A partir daí, apenas contratos reduzidos, que duravam menos de seis meses, foram assinados por Patricia Amorim.

Adidas vira solução

Diante de um cenário pessimista na busca por um novo patrocinador master, o Flamengo se agarra na proposta de fornecimento de material esportivo da Adidas para minimizar os estragos na finanças. Com a multinacional alemã prometendo injetar mais de R$ 350 milhões no clube nos próximos dez anos para substituir a Olympikus, atual parceira, o rubro-negro acredita que poderá minimizar a "seca" em alguns meses dos últimos anos.

Desde o início de 2011, quando terminou o contrato com a Batavo, o Flamengo passou 15 meses sem um patrocinador master. Entre fevereiro a julho do último ano e de janeiro até os dias atuais de 2012, o clube apostou em parceiros para outras áreas do uniforme para que o estrago pela falta de um anunciante principal não fosse maior.

Em 2012, por exemplo, Triunfo Logísitica, Tim, Mobil e BMG utilizam os espaços alternativos da camisa rubro-negra (manga, omoplata, barra traseira e números) para fecharem acordo menores e assegurarem pouco mais de R$ 1 milhão por mês ao Flamengo.