Antônio Lopes quer ser gestor para blindar técnicos e diz que "foi fácil" domar briga de Romário e Edmundo
Campeão brasileiro, da Copa do Brasil e da Copa Libertadores da América, entre outros, Antônio Lopes decidiu se aposentar como treinador recentemente após uma carreira de mais de 30 anos para se aventurar como gestor no futebol. E, no novo ofício, ele quer melhorar as condições de sua antiga profissão.
Lopes está fazendo um curso de gestão e marketing esportivo no Rio de Janeiro para atuar como elo de elenco e comissão técnica com a direção.
O ex-técnico diz acreditar que os treinadores do Brasil hoje estão muito expostos, principalmente a desgastes de relações com atletas que podem ser evitados pela sua nova função. Diz que problemas de disciplina e insatisfação no clube, entre outros, são problemas do coordenador.
Romário e Edmundo se abraçam no Mundial de 2000, comandados por Lopes
Antônio Lopes em seu último trabalho como técnico em 2011
“O gestor tem que ter essa função. Tem que blindar o treinador e deixá-lo alheio a isso tudo [problemas de disciplina de jogadores]. Quando fui coordenador técnico na seleção, problema disciplinar era meu", falou.
"Você tem que resguardar o treinador, ele só pode fazer o que está dentro das quatro linhas. Não pode ter atrito com jogador. O resto é com você. Não pode dar mais atribuições ao técnico do que treinar o time”, continuou.
Para isso, Lopes ressalta que sempre teve uma boa relação pessoal com atletas, inclusive com muitos “bad boys” com quem trabalhou. “Com bad boys sempre usei minha sinceridade e diálogo. Mostrava a eles como era meu jeito de ser, sincero. Ganhava os caras assim. Por isso nunca tive confusão nenhuma com eles.”
Lopes lembra da experiência importante que teve no elenco “galáctico” do Corinthians de 2005, que tinha nomes como Tevez, Nilmar, Carlos Alberto, Roger, Mascherano, Gustavo Nery e Fábio Costa. Chegou após a demissão de Marcio Bittencourt e diz que foi fundamental para a conquista do título sua função de apaziguar o elenco.
“Peguei o Corinthians com muitas confusões e tinha muitos jogadores tarimbados. Consegui, com minha experiência de comando, apaziguar e harmonizar. Tinha muitas brigas entre eles nos treinamentos. Chegaram até a brigar fisicamente em treinamento. E consegui mudar, não foi difícil pra mim, pois eles respeitaram minha maneira de agir e consegui harmonizar. Acho que o Corinthians foi campeão por causa disso”, falou.
O ex-técnico lembra que até os históricos desafetos Romário e Edmundo tiveram bom relacionamento quando jogaram juntos sob seu comando no Vasco, em 2000. Diz que chamou os dois para uma conversa franca e que o clima foi bom.
“Não, comigo não foi difícil [domá-los]. O Romário chegou depois do Edmundo, e conversamos quando ele chegou. Coloquei os dois pra conversar frente a frente e não teve problema nenhum. Comigo foi tudo legal. Foram dois jogadores que eu fiz, eu promovi o Romário das categorias de base pra cima, 85 pra 86 e Edmundo em 91. Eles me respeitavam. Foi fácil.”
Lopes acredita que os dois anos de experiência no cargo de diretor técnico pela seleção, além de sua formação como advogado ( cursou ainda alguns anos da faculdade de administração de empresas) são bagagem suficiente para que possa ser bem-sucedido na nova função. A meta é começar na próxima temporada.
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