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R. Carlos pede Marcelo na seleção por dez anos e mostra ressentimento pela Copa de 2006

Roberto Carlos em uma recente aparição pública; lateral está próximo de encerrar sua carreira - EFE/Kai Försterling
Roberto Carlos em uma recente aparição pública; lateral está próximo de encerrar sua carreira Imagem: EFE/Kai Försterling

Do UOL, em São Paulo

29/10/2012 11h25

Titular absoluto da seleção brasileira por mais de dez anos, Roberto Carlos parece não ter muita dúvida sobre o seu substituto. Em entrevista para o site da Fifa, o hoje quase aposentado jogador do Anzhi diz que Marcelo pode dominar a posição por uma década e mostra seu ressentimento com a eliminação na Copa do Mundo de 2006.

“Toda seleção que é formada e disputa uma competição, especificamente a Copa do Mundo, acaba ficando marcada. A seleção ajuda muito a vida de qualquer um, mas, ao mesmo tempo, a tolerância para erros é mínima. Eu defendi a seleção por mais de uma década e, para muita gente, fiquei marcado só por um gol sofrido, em que supostamente a culpa foi minha”, disse Roberto Carlos, referindo-se ao gol de Henry que fez a França eliminar o Brasil.

Na época, o lateral foi muito questionado pela opinião pública porque a imagem mostrava que ele parecia estar marcando o atacante, mas ficou parada na entrada da área arrumando a meia. Roberto Carlos, no entanto, sempre negou que a responsabilidade de acompanhar Henry fosse sua, a despeito do fato de ele não ter recebido nenhuma marcação para fazer 1 a 0 de cabeça.

Só que a falha não impede que Roberto Carlos seja lembrado positivamente, e que seus substitutos sejam comparados a ele. Para o ex-jogador de Palmeiras, Corinthians e Real Madrid, no entanto, Marcelo reúne totais condições para assumir a lateral que ele ocupou.

“Acho que o fato de ter custado um pouco para encontrarmos um nome definitivo [após a saída dele da seleção] foi um pouco de coincidência. São safras que vão e vêm. Agora temos o Marcelo, que é um jogador de muita qualidade, que espero que tome conta da posição pelos próximos dez anos”, disse Roberto Carlos.

Na mesma entrevista, o lateral ainda defendeu a preparação da Rússia, onde vive hoje, para a Copa que sediará em 2018, disse ter aprendido com Mano Menezes em sua passagem pelo Corinthians e pediu ajuda a Neymar no comando da seleção. “É preciso ter referências no grupo. O Mano sabe disso e não vai passar a responsabilidade de liderar para o Neymar. Isso quem vai fazer é o Thiago Silva e o Kaká”, completou. 

Atualmente, Roberto Carlos é um misto de jogador e auxiliar-técnico no clube russo. Embora não confirme o fim da carreira, ele projeta ser treinador quando aposentar as chuteiras. "Agora, no fim de 2012, devo tirar minha licença de treinador. É legal ser diretor e assumir essas responsabilidades, mas o meu negócio é mesmo estar ao lado do campo. É isso que quero", disse ele.