Fernandão copia roteiro da demissão de Falcão, e Inter 'queima' ídolos em um ano
Resultados inconstantes no campo, entrevistas polêmicas e choro na despedida. Fernandão repetiu um roteiro recente na história do Internacional. Seguiu praticamente os mesmos passos de Paulo Roberto Falcão e caiu também. Em pouco mais de um ano, dois ídolos demitidos e com imagem arranhada no Beira-Rio. O UOL Esporte lista as semelhanças e as diferenças entre os ex-treinadores do clube gaúcho.
AS DIFERENÇAS ENTRE OS ÍDOLOS
Fernandão dirigiu o Internacional por 122 dias, não conquistou nenhum título e caiu sozinho - sem o vice de futebol que o contratou em julho
Falcão ganhou o Gauchão nos pênaltis, ficou 99 dias no cargo e saiu junto com Roberto Siegmann, então homem do futebol, que também teve atritos
As semelhanças entre as quedas de Fernandão e Falcão saltam aos olhos. Ambos foram contratados durante a temporada, para salvar campanhas fracas. Tiveram bons resultados na largada, mas oscilaram. Promoveram alterações no time fora do padrão e empilharam tropeços dentro do Beira-Rio.
O grande problema de ambos, contudo, surgiu diante dos microfones. Em 2011, Falcão declarou que o Inter não tinha elenco para ser campeão brasileiro. A postura causou revolta interna no clube gaúcho. Não foi bem assimilada pelo elenco e muito menos pela diretoria.
Imediatamente depois Falcão tentou se blindar. Reduziu suas respostas e chegou a atacar antigos colegas de jornalismo. A quem acusava de transformar suas declarações somente para tumultar o ambiente.
"As pessoas transformam um pouco. Eu disse no domingo que o Oscar precisava fazer reforço. Disseram que eu queria transformar o Oscar em Caçapava. Isso não é jornalismo. Isso é má fé. É mau-caratismo", disparou à época.
Fernandão, em setembro, também foi polêmico. Após arrancar um empate com o Sport, em Porto Alegre, o técnico novato detonou o grupo de jogadores. Reclamou do empenho do elenco, naquilo que definiu como ‘zona de conforto’. A partir dali a relação dele com os atletas foi sendo corroída dia a dia.
"Acho que a gente começou a entrar em uma zona de conforto muito grande aqui no Internacional. Ela precisa acabar", afirmou Fernandão no seu primeiro conflito no cargo de técnico.
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Na temporada passada, Falcão tinha contra si um relacionamento péssimo com a alta cúpula do clube. Ao ponto de não ter contato com o presidente Giovanni Luigi e usar a entrevista coletiva de sua despedida para criticar o cartola. Recentemente, Fernandão também teve seu atrito. Mas este caso envolvendo um jogador.
Fernandão decidiu sacar Bolívar do time titular do Inter após a derrota para o Coritiba, na largada do returno do Brasileirão. O zagueiro não gostou, se sentiu injustiçado. E depois de alegar forte gripe para ser cortado do banco contra o Flamengo, entrou em acordo com o chefe: não seria relacionado mais. A diretoria ouviu do técnico que a decisão era dele, mas no fundo sabia da combinação.
Após a derrota para o Corinthians, a última rusga. Fernandão revelou o pedido de Bolívar, mas o camisa dois desmentiu o fato no dia seguinte. O bate-boca público enfraqueceu Fernandão e a diretoria resolveu agir. Primeiro afastou Bolívar e depois decidiu demitir o treinador.
Com Paulo Roberto Falcão, a saída nasceu após um só ato. Horas depois de levar 3 a 0 do São Paulo em casa, Giovanni Luigi decidiu radicalizar e mudar o comando do time e do vestiário. Mesmo sem ter um novo comandante alinhavado.
As passagens de Paulo Roberto Falcão e Fernandão na casamata do Inter terminaram do mesmo jeito. Uma demissão no começo da manhã, com despedida recheada de mágoa e lágrimas. E arranhões em suas figuras de ídolos do torcedor vermelho.
AS SEMELHANÇAS ENTRE AS QUEDAS DOS ÍDOLOS DO INTERNACIONAL
QUESITO | PAULO ROBERTO FALCÃO | FERNANDÃO |
RESULTADOS | Ganhou o Gauchão, mas foi eliminado nas oitavas da Libertadores; foi demitido após três derrotas seguidas e em 8º no Brasileirão. Último jogo: Inter 0 x 3 S. Paulo | Após boa largada, oscilou entre empates e vitórias. Nos últimos três jogos, três derrotas e nenhum gol marcado |
ENTREVISTA | Declarou que o Inter não tinha elenco suficiente para ganhar o Brasileirão e entrou em rota de colisão com a diretoria; implorou por reforços durante semanas | Detonou o elenco após o empate com o Sport, ao citar uma 'zona de conforto'; depois revelou pedido de Bolívar para não ser relacionado |
CONFLITO INTERNO | Não tinha relacionamento algum com o presidente Giovanni Luigi e na entrevista de despedida criticou o dirigente abertamente | Depois de fazer acordo com Bolívar, Fernandão voltou a usá-lo no time titular; zagueiro, contudo, se negou a atuar contra o Corinthians e criou rusga com o técnico |
DESPEDIDA | Na última entrevista no Beira-Rio, Falcão bateu forte na cúpula vermelha e chorou ao pensar na demissão | Distribuiu indiretas, disse que foi amigo de quem não merecia e também caiu no pranto ao lembrar de apoio isolado no elenco |
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