Fla escolhe presidente em eleição marcada por 'guerra' entre Patricia e chapa de Zico

Após dois meses de uma guerra eleitoral nos bastidores que teve candidatos impugnados e até ameaças de morte, o Flamengo escolhe nesta segunda-feira o presidente que irá comandar o clube nos próximos três anos. Patricia Amorim, Eduardo Bandeira de Mello e Jorge Rodrigues disputam os votos dos 5.990 sócios do clube aptos a participar da eleição na sede da Gávea.

A disputa deverá ficar entre a atual mandatária e Bandeira de Mello, líder do grupo apoiado pelo ídolo rubro-negro Zico. Apesar de números conflitantes nas diversas pesquisas de intenções de votos realizadas e do cenário completamente indefinido, os dois candidatos, das chapas amarelo e azul, respectivamente, lideraram a corrida eleitoral e protagonizaram os maiores embates nos bastidores durante as últimas semanas.

Jorge Rodrigues, dono de uma empresa de logística naval que patrocina o clube, não deverá ser páreo para os dois principais concorrentes à cadeira presidencial. Mesmo se unindo a outros dois candidatos de oposição, a tendência é que o empresário fique em terceiro no pleito que se iniciará às 8h e irá se estender até às 21h no ginásio Hélio Maurício.

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Além dos três "sobreviventes", a eleição do Flamengo teve outros cinco nomes que registraram candidatura na secretaria do clube em outubro. Lysias Itapicurú e Maurício Rodriges de Souza Neto se aliaram a Jorge Rodrigues, Ronaldo Gomlevsky juntou com Bandeira de Mello, Marcos Braz retirou sua chapa e José Carlos Peruano foi impedido de participar do pleito por não apresentar as certidões exigidas.

Líder das principais pesquisas e apontado como favorito na reta final de campanha, Eduardo Bandeira de Mello é o substituto de Wallim Vasconcellos, candidato inicial da Chapa "Fla Campeão do Mundo" e que acabou sendo impugnado por não ter o tempo mínimo de vida associativa exigido pelo substituto. Apoiado por um grupo de notáveis empresários, os "azuis" prometem um choque de gestão no comando do Flamengo.

"Resolvemos unir rubro-negros bem sucedidos dos mais diversos ramos profissionais para mudar a realidade de um clube combalido financeiramente e com sua credibilidade perdida. Vamos profissionalizar todos os setores do Flamengo. Precisamos recuperar a grandeza deste clube e dar alegrias aos quase 40 milhões de torcedores", disse Bandeira.

Atual mandatária, Patricia vai em busca de sua segunda gestão. Apoiada nas reformas da sede e na construção do CT Ninho do Urubu, ela minimiza os questionamentos de parte da torcida e acredita na força junto aos sócios para se reeleger.

"Falam muito sem conhecer o clube. Recuperei a sede, construí o CT, que era um sonho há mais de 25 anos, fechei um excelente contrato de utilização para o nosso Morro da Viúva [prédio que se tornará um hotel e renderá mais de R$ 15 milhões aos cofres do clube] e paguei mais de 130 milhões de reais em dívidas. O futebol foi campeão carioca em 2011 e deixou a desejar em 2012, mas será muito mais forte nos próximos três anos", prometeu Amorim.

Ex-aliado de Patricia, Jorge Rodrigues diz que resolveu se candidatar após ser traído e aposta nas promessas de grandes contratações no futebol para causar uma surpresa na apuração de votos nesta segunda.

"As pesquisas erram muitas vezes. O que decide mesmo é o voto do sócio. Vou ser presidente para realizar o meu sonho de trazer o Kaká para o Flamengo e melhorar muito o clube. Também tenho um projeto para contratar o Drogba, mas isso vou ver depois", completou.

Último debate

O último embate dos três candidatos antes da eleição ocorreu na véspera da votação. Patricia, Eduardo e Jorge mediram forças em um debate realizado pela CNT no Rio de Janeiro em um programa televisivo na noite de domingo. Com muitos ataques e poucas trocas de ideias, os três mostraram que o clima está longe de ser amistoso para a votação desta segunda.

Com expectativa de cerca de 2.500 votantes, o Flamengo conhecerá ainda na noite desta segunda o presidente que comandará o clube de 1 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015.