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Delegado diz ter provas para indiciar atacante do Cruzeiro por acidente que matou um

Delegado diz que Anselmo Ramon estava sem cinto e acima da velocidade permitida - Washington Alves/VIPCOMM
Delegado diz que Anselmo Ramon estava sem cinto e acima da velocidade permitida Imagem: Washington Alves/VIPCOMM

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

14/12/2012 18h32

Responsável pelo inquérito que investiga o acidente envolvendo o atacante do Cruzeiro, Anselmo Ramon, que provocou a morte de uma pessoa e deixou outra ferida, próximo a Camaçari, na Bahia, o delegado João Uzzum disse possuir provas suficientes para indiciar o atleta por homicídio culposo pelo atropelamento. Porém, ainda colherá outros depoimentos antes de concluir o caso até o início de janeiro.

Dirigente do Cruzeiro nega nova proposta por Montillo e avisa: "Não está sendo leiloado"

  • Washington Alves/Vipcomm

    O diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, disse que nenhuma proposta por Montillo, recusada pela diretoria celeste, foi melhorada pelos clubes interessados no jogador. O dirigente rebateu críticas de que o argentino estaria sendo leiloado e reafirmou que o armador não está à venda.

Segundo o delegado, Anselmo Ramon estava em velocidade acima da permitida na via (80 km/h), não usava cinto de segurança, além de não possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O jogador prestou depoimento na noite dessa quinta-feira e alegou ter perdido o controle do carro ao tentar desviar de um cachorro que atravessava a rodovia.

João Uzzum informou que não há como comprovar o uso de bebida alcoólica, uma vez que o atleta não foi submetido ao teste do bafômetro. “Isso não foi possível constatar porque não foi feito o teste de alcoolemia no momento. O fato é que ele não possui CNH e isso é um agravante no caso. Por todo o conjunto, podemos apontar a culpabilidade”, disse o delegado ao UOL Esporte.

De acordo com o delegado, o atacante do Cruzeiro afirmou que bebeu cinco latas de cerveja na noite anterior ao acidente, junto com um amigo, num churrasco na cidade de Lauro de Freitas. Segundo Uzzum, o jogador disse que saiu de carro no mesmo dia e dormiu na cidade de Jauá, onde o ele possui uma casa de praia.

No dia seguinte, Anselmo pegou seu Chrysler branco e se dirigiu para Dias D’Ávila, cidade natal e onde seus pais moram. Diferentemente do que o advogado de Anselmo Ramon, Antonio Glorisman, afirmou ao UOL Esporte, mais cedo, o jogador ainda estava no carro quando atropelou Cícero Macedo, que morreu na hora, e Ednaldo de Souza Santos, que sobreviveu ao acidente.

“Hoje, escutamos o pessoal do SAMU e da Polícia Rodoviária. Com os depoimentos, pudemos chegar à conclusão de que ele (Anselmo Ramon) estava acima do limite de velocidade da via, que era de 80 quilômetros por hora. Isso porque, se ele estivesse na mesma velocidade, não bateria e derrubaria uma árvore, atropelaria duas pessoas e seria arremessado do carro, porque estava sem o cinto de segurança”, disse João Uzzum.

Segundo o policial, Anselmo Ramon afirmou que perdeu a consciência e que só ficou sabendo do atropelamento quando foi socorrido. Um ponto que intrigava à polícia era o fato de o atleta ter sido socorrido ao Hospital Medicina Humana de Candeias, a 40 km aproximadamente do local do acidente. O atacante informou que solicitou socorro devido a seu plano de saúde.

O inquérito deve ficar pronto até o início de janeiro. No próximo domingo, o amigo de Anselmo Ramon, que estava com o jogador no dia anterior, e duas testemunhas que chegaram após o acidente serão ouvidas pelo delegado plantonista, Carlos Portela, encerrando a fase de depoimentos.

De acordo com João Uzzum, com base nos artigos 302 e 303 do Código Brasileiro de Trânsito, Anselmo Ramon vai responder em liberdade por homicídio culposo, sem a intenção de matar, em que pode pegar de dois a quatro de detenção. O jogador do Cruzeiro também responderá por lesão corporal, em que a pena varia entre seis meses a um ano.

O jogador teve perda total do seu carro e já recebeu a multa por dirigir sem documento e cinto de segurança. Anselmo Ramon afirmou que estava em processo de tirar a carteira de habilitação, mas por causa da vida “atribulada” de jogador, não conseguiu concluir.

Atualizada às 18h46