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Indeciso, Tirone ouve conselhos de amigos e familiares para não tentar reeleição no Palmeiras

Coçando a cabeça: Arnaldo Tirone ainda não conseguiu definir se sairá candidato - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Coçando a cabeça: Arnaldo Tirone ainda não conseguiu definir se sairá candidato Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

18/12/2012 16h00

Tudo indica que a eleição para presidente do Palmeiras terá só dois candidatos: Paulo Nobre, apoiado pelo seu grupo e por Mustafá Contursi, e Décio Perin, com Affonso Della Mônica, Luiz Gonzaga Belluzzo e Wlademir Pescarmona na sua base. Arnaldo Tirone, atual mandatário, tem ouvido conselhos de amigos, familiares e até de conselheiros opositores para não tentar a reeleição.

A ideia de Tirone era sair como candidato, vencer o pleito e reconstruir a sua imagem, que ele mesmo considera arranhada com o rebaixamento, apesar de ter tirado o time da fila de mais de 10 anos sem a conquista de um título nacional ao levantar a taça da Copa do Brasil. 

Na família, o atual presidente ouve que o melhor é ele se afastar para se recuperar de problemas médicos e até mesmo financeiros. Tirone está longe de se endividar, mas tem perdido dinheiro por deixar parte dos negócios de lado para cuidar do Palmeiras, onde não tem salário. Na parte de saúde, ele enfrenta pressão alta há cerca de um ano e ainda viu familiares também terem problema de coração por causa do estresse acumulado.

Ele ainda enfrentou ameaças de morte via telefone e pichações e tem recebido atenção especial da Polícia, que já conseguiu até identificar parte das pessoas que o incomodou nos últimos meses de 2012. 

Entre os amigos e membros do Conselho Deliberativo do Palmeiras, a ideia é de que ele só se desgastará ainda mais saindo candidato. Tirone, por exemplo, já teve que lidar com o abandono de Edvaldo Frasson e Walter Munhoz além da falta de ação de Mario Gianini, três de seus quatro vice-presidentes. Piraci de Oliveira, diretor jurídico e que chegou a ter muito poder na gestão, hoje, ataca Tirone.

Suas decisões de não afastar nomes como Roberto Frizzo da vice-presidência de futebol e o próprio Piraci da diretoria lhe custaram o apoio de Affonso Della Mônica e, em parte, de Mustafá Contursi, que se irritou mesmo com a falta de corte de gastos. Depois, foi a vez da insistência com Luiz Felipe Scolari também custar parte de sua base eleitoral. 

Nesta terça-feira, será a vez do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) praticamente sepultar a chance de reeleição, com um pedido de intervenção por parte do Conselho Deliberativo, baseado na transgressão em artigos do estatuto palmeirense. 

São esses detalhes que fazem o cartola palmeirense reconsiderar a ideia de sair candidato. Arnaldo Tirone, que não foi localizado pela reportagem, tem adotado a postura de falar o menos possível com a imprensa. Nos últimos dias, por vezes, o celular dele passou a ser carregado por uma assessora de imprensa, que filtrava o que cada um poderia falar com o cartola.