Vereador entra com pedido para vetar demolição e tornar Olímpico patrimônio de Porto Alegre
Grêmio e OAS entraram em acordo há mais de dois anos. A empresa construiu a Arena e como parte do pagamento passou a ser dona da área de 14 hectares em que está o estádio Olímpico. O palco de tantas conquistas em azul, branco e preto tem implosão prevista para março. Mas não se o vereador Pedro Ruas, do PSOL, puder evitar. Nesta terça-feira ele entra com pedido para tornar o estádio patrimônio histórico e cultural da cidade de Porto Alegre e evitar a demolição, tratada pelo próprio como "absurda".
"Há dois conceitos diferentes. O primeiro de desapropriação, que envolve troca de propriedade e dinheiro público. Não é o caso. E outra que é tombamento. Neste caso não há troca de propriedade. O estádio segue da OAS, ou do Grêmio. Ele só fica tombado, protegido pela prefeitura de Porto Alegre. Este é o caso. Não há dinheiro público algum envolvido", disse o vereador Pedro Ruas ao UOL Esporte.
O Grêmio está encontrando dificuldades para renovar o contrato do lateral Pará. Por isso, o 'plano B' já foi posto em prática. Wellington Silva, do Flamengo, e pretendido pelo Fluminense, está na mira do clube gaúchos para a temporada 2013
O projeto será apresentado na manhã desta terça-feira à Câmara de Vereadores da capital gaúcha. Para o tombamento, é considerado os valores históricos e culturais de um bem material ou imaterial. "Não há dúvida neste aspecto que o estádio Olímpico é um patrimônio da cidade", completa.
A OAS, no caso, não teria nem direito a reclamação. Não é um processo de troca, é simples tombamento. O estádio seguiria da empresa, mas não poderia ser demolido. No entorno, o empreendimento imobiliário e o shopping pretendidos poderiam ser erguidos normalmente. Dos 14 hectares, restariam 10 para a colocação do que a construtora bem entender.
"Com o Olímpico ali até valorizaria o empreendimento deles. Não sei a posição do Grêmio nem a posição da OAS, mas falo sob a ótica do município. Não há troca, é um tombamento. Não há debate com o proprietário. Eles podem ficar contentes ou não. Não há um debate. É um elemento de valor cultural, e ponto", explica Ruas.
A implosão, está marcada para o mês de março. E o trâmite legal trabalha com este prazo. O projeto será apresentado na Câmara de Vereadores nesta terça, posteriormente vai para procuradoria da casa, que dá um parecer jurídico e manda para as comissões. De seis, ele tramita em três e até fevereiro estará disponível para votação. Em tempo hábil de evitar a derrubada.
"Restarão cerca de 10 hectares para OAS. Não entendo de negócios, mas posso realmente falar pelo que sou. Sou vereador da cidade, o mais votado da última eleição, conheço o município que defendo e admitir a demolição do Olímpico é um absurdo completo. A demolição por si só é absurda", finalizou o vereador.
Em tese, não haveria uma quebra de contrato. Não seria o Grêmio a não entregar o Olímpico e tampouco o estádio deixaria de ser de posse da OAS. Somente não poderia ser demolido por força do patrimônio histórico e cultural de Porto Alegre.
O Grêmio e a empresa aguardam para se manifestar. Certo é que os torcedores - emocionados com a despedida do 'Velho Casarão' consideram o local muito importante na cidade. E nem mesmo a mudança para Arena, inaugurada no último dia 7, diminuiu tal sentimento.
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