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Zaga do Flu vence rejeição de 3 anos da torcida, ganha apoio interno e afasta mudanças

Gum e Leandro Euzébio formaram a defesa menos vazada do Brasileirão - Emanuel Pinheiro/Photocamera
Gum e Leandro Euzébio formaram a defesa menos vazada do Brasileirão Imagem: Emanuel Pinheiro/Photocamera

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/12/2012 06h01

O título de 2010 não foi o bastante para que Gum, Leandro Euzébio e companhia ganhassem a total confiança da torcida do Fluminense. Desde 2009, em todas as janelas de transferência, nomes eram especulados pela diretoria para reforçar a defesa. A conquista do bicampeonato brasileiro, repetindo a zaga menos vazada de dois anos antes, mudou o cenário. Elevou a dupla a um lugar na história do clube e no coração dos tricolores. Afastou também, a necessidade de contratações de um setor que conta com a confiança de Abel Braga.

Nas temporadas passadas, vários foram os alvos de sondagens do tricolor. Lúcio, que deixou a Juventus e está próximo de um acerto com o São Paulo, foi um deles. O uruguaio Lugano, que rejeitou uma oferta do Fluminense no meio da temporada, e Breno também estiveram próximos das Laranjeiras. Mas a atuação entrosada da dupla Gum/Leandro Euzébio fez com que outros setores se tornassem prioridade para contratações. As lacunas apontadas pela comissão técnica foram as laterais, meio-campo e ataque.

“Precisar [de reforços] eu acho que não precisa. O Fluminense mostrou qualidade na parte defensiva e quando foi preciso, todos entraram e corresponderam muito bem, deram conta do recado. Mas se acharem válido vai fortalecer o grupo. Vamos receber de braços abertos”, disse Gum.

O Fluminense terminou a primeira fase da Copa Libertadores com a terceira melhor defesa, empatado com Deportivo Quito e Cruz Azul com quatro gols sofridos. O Corinthians foi a equipe menos vazada, levando apenas dois tentos. No Brasileirão, o bom desempenho defensivo foi mantido, com 33 gols sofridos, melhor defesa ao lado do Grêmio. 

Até mesmo no ataque os zagueiros colaboraram. Leandro Euzébio (3), Gum (2), Digão (2) e Anderson (1) ajudaram com oito gols na campanha do título nacional. Para Leandro Euzébio, o tempo de entrosamento e a confiança do treinador são as razões pela manutenção do sucesso. Tanto que a permanência de Abel Braga foi comemorada pouco depois da renovação do técnico.

"O Abel tem o grupo na mão. A vinda de outro treinador atrapalharia um pouco. Ele já conhece cada jogador. Eu até comentei com alguns colegas sobre uma possível saída dele, mas tudo deu certo. Ele ficou, vai manter a base do time, e isso é o mais importante para 2013", disse Euzébio.

Rodízio e contratos longos
Se Gum e Leandro Euzébio terminaram a temporada como titulares incontestáveis, o Fluminense teve várias formações defensivas ao longo do ano. Anderson iniciou o ano como titular, mas sofreu com seguidas lesões e abriu espaço para a formação campeã em 2010. Digão também atuou em partidas importantes, como no duelo contra o Boca Juniors, na Bombonera, pela Libertadores. Quem mais jogou, porém, foi Gum, que iniciou o ano como última opção do elenco e disputou 45 jogos.

Para manter a base e proteger o Fluminense do assédio de outras equipes, os contratos dos defensores são longos. O de Elivelton, apontado como promessa, vence apenas em 2016. Gum e Leandro Euzébio têm vínculo até 2014, enquanto Digão e Anderson assinaram até dezembro de 2013, mas devem ser chamados para renovar até a metade do próximo ano.