Topo

Ídolos 'eternos' celebram volta do Atlético-MG à Libertadores e desvendam segredos do torneio

Vitória sobre o Cruzeiro colocou o Atlético-MG na fase de grupos da Libertadores - Bruno Cantini/Site do Atlético-MG
Vitória sobre o Cruzeiro colocou o Atlético-MG na fase de grupos da Libertadores Imagem: Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

20/12/2012 06h00

Com o sorteio dos grupos da Libertadores, nesta sexta-feira, em Assunção, o Atlético-MG voltará a se sentir definitivamente integrante da competição internacional, após 12 anos ausente. Ex-jogadores do clube mineiro, que participaram das últimas edições do torneio pelo clube, comemoraram o retorno e passam dicas para o atual grupo de jogadores atleticanos.

  • Bruno Cantini/Site oficial do Atlético-MG

    Marques: "O Atlético tem que mostrar a grandeza que possui no cenário brasileiro em torneios internacionais. É inadmissível um time com uma torcida fanática como a atleticana ficar mais de uma década longe da Libertadores."

Um dos nomes de destaque do Atlético-MG na última vez que disputou a  Libertadores, em 2000, depois de ter sido vice-campeão brasileiro, situação que se repetiu este ano, o ex-atacante Marques diz que o clube cumpre sua obrigação com a volta à competição.

“O Atlético tem que mostrar a grandeza que possui no cenário brasileiro em torneios internacionais. É inadmissível um time com uma torcida fanática como a atleticana ficar mais de uma década longe da Libertadores. Mas eu acredito que, com essa administração do Kalil e com o Cuca no comando, o atual time fará um papel muito bom em 2013”, afirmou.

Segundo ele, é necessário que o Atlético-MG se habitue a disputar rotineiramente a Libertadores. “É uma competição que o time tem de voltar a acostumar a disputar, a entender novamente as suas dificuldades, seus perigos, como é jogar fora”, comentou Marques.

Para o ex-atacante, que atualmente é deputado estadual, o Atlético-MG poderá sentir o tempo sem disputar a Libertadores. “Enfrentar adversários tradicionais da Argentina, Uruguai, Paraguai, é complicado, mas o Atlético volta para onde não pode ficar de fora”, acrescentou Marques.

Na Libertadores de 2000, uma marca negativa acompanhou o alvinegro mineiro: o péssimo desempenho fora de casa. O Atlético-MG perdeu todos os jogos como visitante. Na fase de grupos, o time terminou em segundo lugar, atrás do Bolívar (BOL). Depois superou o Atlético-PR, nos pênaltis, pelas oitavas de final, e foi eliminado pelo Corinthians, nas quartas de final, com empate em casa, em 1 a 1, e derrota, por 2 a 1, em São Paulo.

Dezenove anos antes, o Atlético-MG chegou à Libertadores como um dos favoritos ao lado do Flamengo. O time contava com grandes nomes, como João Leite, Toninho Cerezo, Éder Aleixo e Reinaldo, entre outros. Em 1981, o alvinegro mineiro classificou-se em segundo no grupo, com oito pontos, mas foi eliminado pelo Flamengo.

  • Fernando Santos/Folha Imagem

    Dario espera dificuldades para o Atlético-MG na Libertadores: "o time tem de saber ser catimbeiro"

O ex-meia-atacante Paulo Isidoro, que disputou a Libertadores, em 1978, quando o Atlético-MG teve a melhor campanha do clube na história do torneio, diz ter se sentido bem na competição. “Era uma época um pouco diferente da atual edição da Libertadores, os times argentinos eram mais fortes que os brasileiros, mas foi uma competição que gostei, o Atlético foi muito bem”, afirmou.

O time mineiro teve a sua melhor atuação na Libertadores naquela edição, com 14 pontos somados na fase de grupos e chegando até a semifinal do torneio, quando participou de um triangular com o Boca Juniors e River Plate. O  Boca foi o campeão. “Eram times fortes, até mais bem preparados que o Atlético, mas lutamos muito para conseguir o título”, acrescentou Paulo Isidoro.

A primeira participação do Atlético em Copas Libertadores aconteceu em 1972. O time de Telê Santana entrou como campeão brasileiro do ano anterior, título que completou 41 anos, nesta quarta-feira, mas não conseguiu fazer uma boa campanha. Foram cinco empates e uma derrota nos seis jogos da primeira fase, que não renderam classificação no grupo 3 do torneio.

“Nós chegamos para a Libertadores achando que estávamos bem, mas tivemos uma dificuldade grande, os times eram fortes, desconhecidos para a gente”, lembrou o ex-atacante Dario o Peito de Aço. O eterno ídolo do time, acredita que o Atlético terá dificuldade. “Mas é muito bom voltar a disputar esta competição, que é muito importante, que o time tinha de disputar todos os anos, mas não vinha acontecendo, é importante acontecer agora”, analisou.

“É uma competição que jogador de força se dá bem, o time tem de saber jogar, ser catimbeiro, é uma competição que eu gostaria de disputar agora, você enfrenta torcedores fungando no seu cangote, times fortes, que jogam na força, te param na porrada. Espero que o Cuca passe isso para os jogadores, é muito diferente de disputar o Brasileiro, o Mineiro”, acrescentou.