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Primeiros colorados da Arena elogiam estádio mas não escapam de vaias gremistas

Leandro Damião deu "lambreta" em Michel Salgado, mas foi vaiado na Arena do Grêmio - Lucas Uebel/Preview.com
Leandro Damião deu 'lambreta' em Michel Salgado, mas foi vaiado na Arena do Grêmio Imagem: Lucas Uebel/Preview.com

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

20/12/2012 08h08

Nesta quarta-feira, Leandro Damião e Guiñazu foram os primeiros jogadores do Internacional a atuarem na Arena do Grêmio. Antes do jogo, só elogios a nova casa do rival. Mas o clima ameno ficou somente nas declarações dos vermelhos. Perseguidos por vaias, ambos não foram aliviados nem em momentos de glória, como no gol de Damião que deu a vitória aos Amigos de Ronaldo contra o time de Zidane, no Jogo Contra a Pobreza.

Quando o sistema de som anunciou as escalações dos times a perseguição já foi vista. Mesmo que o evento não fosse restrito aos gremistas, os donos da casa eram maioria na Arena. Damião foi xingado, vaiado, e o mesmo ocorreu com Guiñazu.


Mas isso não afetou em nada a avaliação positiva do campo. "Muito lindo o estadio, muito lindo. Com certeza um dos mais bonitos", disse Leandro Damião ao UOL Esporte.

A dupla de colorados entrou em campo no segundo tempo, um por time. Guinãzu pouco apareceu e, por isso, recebeu menos apupos dos aficionados oponentes. Jogou no time dos estrangeiros, ao lado de Zidane. Mas Damião sofreu, mesmo representando os brasileiros na equipe do Fenômeno.

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A cada vez que o centroavante tocava na bola, o som do estádio era único: vaias. Quando tentou uma 'lambreta' - seu drible característico - sobre Michel Salgado, constrangidos alguns aplaudiram, mas a maioria xingou como se o lance fosse uma falta desleal em algum jogador do Grêmio.

O mesmo no gol. Em vez de comemorar a vitória do selecionado brasileiro sobre os estrangeiros, os torcedores, na maioria gremistas, vaiaram o centroavante colorado. Damião não provocou como no Gre-Nal quando gesticulou para a torcida ao ser expulso. Vibrou quieto, como se nada ocorresse.

Após o jogo, as lágrimas vieram ao rosto do camisa 9 do Inter. Mas não era tristeza pela perseguição desnecessária, mas o sonho realizado de ter jogado ao lado de Zidane, ídolo desde os tempos de várzea.

"Tenho todo respeito pela torcida do Grêmio e entendo as vaias. Sei como é, respeito. Entendo a torcida deles pelo Jardel, que é um ídolo e também entendo as vaias. Nunca imaginei jogar com esses caras, estava na várzea cinco anos atrás. É quase um sonho. Já tirei foto com todos esses caras, é de emocionar mesmo por saber o quanto é difícil de chegar a um lugar como esse", disse Damião com a voz embargada.

Com dois jogos disputados, a Arena do Grêmio já viu um gol de colorado, sem o resto do time. Mas o artilheiro também já conheceu o tamanho da pressão que levará em jogos mais importantes.