Campeão brasileiro de 2002 revela incentivo da mãe para ser modelo e desejo de jogar no Brasil
Os cabelos cacheados e as covinhas do goleiro Júlio Sérgio faziam sucesso com as meninas quando ele foi campeão brasileiro com o Santos, em 2002. Dez anos depois, o jogador da Roma relembra a fama de galã, o título que o lançou para o futebol e o desejo de retornar ao Brasil antes de encerrar a carreira.
Hoje com 34 anos, casado e com filhos, Julio Sérgio quer voltar ao país após seis anos na Itália. O jogador tem contrato até junho de 2014 com a Roma, mas foi liberado para conversar com outros clubes antes de se reapresentar em janeiro.
Goleiro Júlior Sérgio participa da comemoração dos dez anos do título brasileiro do Santos, em 2002
Ele conta que mantém conversas com times que disputarão o Campeonato Paulista de 2013 e não se incomoda em jogar a Série B. Em sua visão, é um bom momento de voltar ao país que está investindo no esporte e sediará a Copa do Mundo de 2014.
“Tem algumas coisas, algumas conversas com times que jogam o Paulistão. Talvez não vá ganhar no Brasil o que ganho lá, mas queria um time que tenha um calendário longo, quem sabe ganhar mais um título no Brasil. Aqui os goleiros estão jogando até mais tarde, o Rogério está muito bem com 39, tem o Harlei no Goiás”, disse.
“Quero um clube que tenha estrutura, sei que tenho muito tempo longe dos pais, não vai ser fácil pra mim, mas acredito que algo possa acontecer por aquilo que já fiz e posso fazer. O Campeonato Brasileiro acabou, as pessoas estão se programando e espero que algo surja de maneira legal. Tenho o aval da Roma para negociar. Já tenho 34 anos e estou mais tranquilo. Se tivesse 22, estaria mais ansioso.
Julio viveu bons momentos na Roma e chegou a ser eleito o melhor jogador do Campeonato Italiano nas temporadas 2009/2010. Ele conquistou a torcida e foi chamado de guerreiro ao sofrer uma microfratura no osso do pé e continuar em campo em um jogo contra o Brescia.
“Dei um carrinho e me machuquei, mas já havia sido feito as três substituições. Fiquei em campo com tala e esparadrapo. Senti muita dor, mas faltavam dois minutos. Ia para o hospital só no dia seguinte, mas não aguentei e me levaram às 6h. Por sorte não precisei operar, mas fiquei parado por 70 dias”, conta.
Mas Julio perdeu espaço após a mudança de diretoria no time que manteve poucos jogadores como o ídolo Francesco Totti, Daniele De Rossi e o brasileiro Taddei. Acabou emprestado ao Lecce na temporada 2011 e não deve ser aproveitado na Roma.
Julio participou da comemoração dos dez anos do título do Santos em um bar da Zona Oeste de São Paulo. Ele relembrou os tempos antes de casar em que o assédio feminino era forte na Vila Belmiro, mas afirma que as estrelas do time Robinho e Diego eram muito mais visadas.
“Na Europa é um assédio diferente, é mais uma admiração pelo profissional. Aqui tem mais essa valorização do homem bonito, maria-chuteira, não vivi muito isso. Cheguei em Santos solteiro, mas quatro, cinco meses depois já estava praticamente casado. Aproveitei muito pouco. Depois chegaram Robinho e Diego e o holofote era todo para eles”, conta ele que diz não ter feito trabalho como modelo, apesar do desejo da mãe.
“Minha mãe queria isso quando tinha 13 anos, mas nunca foi meu foco. Eu achava que não tinha a ver comigo e depois comecei a jogar muito cedo, com 15 já era profissional. Nem pensei nisso, não tenho jeito, sou muito tímido”, brinca, às gargalhadas.
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