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Tirone joga responsabilidade por grandes contratações para próximo presidente

Arnaldo Tirone diz estar de mãos atadas pelo COF e passa a responsabilidade para o sucessor - Flavio Florido/UOL
Arnaldo Tirone diz estar de mãos atadas pelo COF e passa a responsabilidade para o sucessor Imagem: Flavio Florido/UOL

Do UOL, em São Paulo

30/12/2012 06h00

Arnaldo Tirone adotou o discurso de que está praticamente de mãos atadas no que diz respeito à formação do elenco do Palmeiras para o ano que vem. Pressionado pelo Conselho Deliberativo e pelo COF (Comitê de Orientação e Fiscalização), o dirigente joga a responsabilidade de fazer grandes contratações para o seu sucessor, que será definido só em 21 de janeiro.

“[O Cleiton Xavier] é muito interessante, mas difícil de contratar. Claro que eu gostaria. O futuro presidente, em três, quatro dias, pode contratar o jogador”, disse o presidente à rádio Bandeirantes quando questionado sobre a negociação com o meia, hoje no Methalist Kharkiv, da Ucrânia.

“O futuro presidente vai assumir no dia 21 [de janeiro], tem um primeiro jogo dia 6 [de fevereiro, data de estreia na Libertadores] e terá tempo para contratar jogadores”, disse o presidente à rádio Bandeirantes, “esquecendo” que a estreia do Palmeiras na temporada, na verdade, será no dia 20, pelo Paulista, contra o Bragantino.

O mandato do atual presidente está prestes a acabar e ele definiu no último sábado que não tentará a reeleição. Por determinação do COF, definida na semana passada, Tirone só pode contratar se apresentar documentos que comprovem a viabilidade econômica da transação.

A medida, em teoria, tem por objetivo evitar que a próxima gestão herde dívidas da administração atual. Na visão de Tirone e seu grupo político, isso deixa os cartolas de mãos atadas, porque a negociação com um jogador exigiria uma agilidade impossível de ser alcançada sendo obrigatória a prestação de contas para o COF.

Na prática, isso significa que o Palmeiras deve ter uma atuação lenta no mercado nos últimos dias da gestão Tirone. Com as dispensas feitas após o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o elenco atual tem muitas lacunas. Até o momento, por exemplo, Gilson Kleina tem apenas dois volantes de origem à disposição, e deve iniciar a pré-temporada com essa configuração, tendo de improvisar no setor.

Na mesma entrevista à rádio Bandeirantes, Tirone disse que pretende se reunir com Gilson Kleina na próxima semana para falar sobre possíveis reforços. Além disso, ele diz que pretende conversar com os principais candidatos à presidência do Palmeiras, Décio Perin e Paulo Nobre, antes de fazer qualquer negócio de impacto.

Se Tirone mantiver o ritmo até a eleição, quem quer que vença o pleito terá de montar o elenco já com o Campeonato Paulista em andamento e após a pré-temporada. A vantagem em relação à gestão atual não será uma eventual diferença de orçamento, mas apenas a ausência da obrigação de prestação de contas ao COF, que hoje atormenta o presidente.