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Sem reforços de nome, Atlético-MG se espelha no Corinthians para justificar contratações pontuais

Kalil vê Atlético seguindo caminho do campeão Corinthians na montagem do time - Bruno Cantini/Site do Atlético-MG
Kalil vê Atlético seguindo caminho do campeão Corinthians na montagem do time Imagem: Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

31/12/2012 06h03

Em ritmo lento nas contratações para 2013, com apenas quatro nomes anunciados e nenhum que gerou grande euforia no torcedor, a diretoria do Atlético-MG se espelha na montagem do elenco do Corinthians, campeão do Mundial de Clubes, formado sem estrelas, para confirmar que o clube mineiro está no “caminho certo”.

Os dirigentes atleticanos vêem o Corinthians como exemplo parecido para o Atlético. O time paulista, que disputou o Mundial de Clubes, manteve a base da equipe nos últimos anos e deixou de lado a aposta em atletas renomados no futebol mundial, contratando jogadores polivalentes e bom de grupo.

“Futebol hoje não tem mistério, é isso, a manutenção da base é importante, você ter 90% da equipe dois anos seguidos é fundamental. Não precisa ir atrás de estrelas, já vimos que isso não dá certo, tem de buscar jogadores de qualidade. Os times que tiveram campanhas boas este ano, mantiveram uma base e pouco contrataram. O Corinthians é o melhor exemplo e foi campeão Mundial“, disse o presidente Alexandre Kalil.

O Corinthians, que foi campeão da Libertadores em 2012 e do Mundial de Clubes no começo de dezembro, apostou na continuidade do técnico Tite por mais de dois anos e na manutenção de grande parte do time, que mostra entrosamento e consciência tática. Alguns jogadores, como o zagueiro Chicão e o lateral Alessandro disputaram a segunda divisão pela equipe em 2007, e foram mantidos durante cinco temporadas.

O poder de observação e contratação de jogadores pouco conhecidos no futebol brasileiro, mas para posições carentes do time, também é desejo de “imitação” por parte do Atlético. “Veja o Corinthians, mantém a base, contrata pouco e não tem estrela. Tem um grupo forte, de qualidade, que marca muito e ataca com velocidade. Não precisa de grandes nomes, precisa de um grupo de qualidade e isso o Atlético está formando”, afirmou o volante Pierre, um dos jogadores mais experientes do Atlético.

Para os dirigentes atleticanos, a manutenção do time por mais de uma temporada, a continuidade da comissão técnica e a chegada de reforços pontuais fazem parte de um planejamento vencedor. “Não vamos animar o torcedor, falar que vamos contratar muito, o grande reforço é manter o elenco do Atlético, que não é barato, tem jogadores caros. Mas se conseguir um ou outro nome, vamos anunciar”, afirmou Alexandre Kalil.

A diretoria atleticana acertou a contratação de quatro nomes para o próximo ano. Curiosamente, os atletas mostram polivalência, atuando em mais de uma posição. O primeiro nome foi de Gilberto Silva, que será utilizado por Cuca como zagueiro, mas é volante de ofício. O segundo reforço foi o atacante Luan, de 22 anos, destaque da Ponte Preta, mas que também joga de meia ofensivo.

Depois, a diretoria anunciou a chegada do volante Rosinei, contratado junto ao América do México e que chega para atuar também como meia direito. O quarto reforço é o atacante Alecsandro, que foi contratado junto ao Vasco, em troca do volante Fillipe Soutto e do atacante Leonardo, que ainda não acertou salários com o time carioca.

Outros jovens nomes foram observados pela diretoria e tentados para compor o elenco, caso de Ricardo Goulart, destaque do Goiás na série B que iniciou negociações com o clube, mas que está próximo de ser anunciado pelo rival Cruzeiro, o meia-atacante Lucca do Criciúma, que interessou ao São Paulo, mas está bem próximo do time celeste e o lateral direito Cicinho da Ponte Preta, que renovou o seu vínculo com o time paulista.