Após ser vítima de insultos racistas em amistoso, Boateng pensa em deixar a Itália
As ofensas sofridas racistas proferidas contra Boateng no amistoso entre o Milan e o Pro Patria, clube da quarta divisão italiana, na última sexta-feira podem ter sido a gota d'água para o ganense. Após o episódio, o meia declarou que irá se reunir com seu empresário e planeja deixar a Itália.
"Não é algo que você pode superar facilmente. Vou esperar mais três dias e falar com o meu agente para ver se ainda vale a pena ficar na Itália", disse, em entrevista ao jornal alemão Bild.
MILAN ABANDONA AMISTOSO EM RAZÃO DE OFENSAS RACISTAS A BOATENG
Na entrevista, o jogador mostrou estar profundamente magoado com o ocorrido, mas ficou feliz com a atitude dos companheiros do Milan, que abandonaram o campo em sua solidariedade. Boateng disse ter sido chamado de 'macaco pelos torcedores, o que o deixou muito nervoso. O jogador ainda apontou o ocorrido como uma vergonha para o esporte no mundo todo e explicou ter deixado o campo para chamar a atenção sobre o racismo no futebol.
"É fácil fechar os olhos para isso, difícil é tomar uma atitude. Eu faria a mesma coisa se fosse um jogo da Liga dos Campeões contra o Real Madri. Eu estava com raiva, triste e chocado que algo como isso pudesse ainda acontecer em 2013. É uma vergonha, não só para a Itália, como para o futebol em todo o mundo. Quis passar a mensagem de que coisas como essa não podem existir, precisamos abrir os olhos. Racismo não tem lugar no futebol".
SEEDORF DISCORDA
Não vejo como algo fabuloso. Os racistas agora se sentem poderosos. Eles deveriam ser identificados e expulsos do estádio
Clarence Seedorf, sobre a atitude de Boateng e do MilanNeste sábado, cinco torcedores assumiram a autoria dos cantos em direção ao jogador do Milan e foram detidos pela polícia da província de Varese, região da cidade de Busto Arsizio, sede do Pro Patria. Eles serão processados por racismo.
Já o Milan demonstrou engajamento com a causa de Boateng ao oferecer ingressos para a tribuna de honra gratuitamente para torcedores negros.
“Tomamos a decisão de abrir, a partir da próxima partida, a tribuna de honra do estádio gratuitamente a todos os negros que quiserem assistir a uma partida em Busto Arsizio. O esporte é uma festa, e assim deve continuar. Não será o suficiente para apagar o que aconteceu, porque é inaceitável. Mas esta é a nossa resposta”, anunciou o presidente do Pro Patria, Pietro Vavassori, na rádio Sky Sport 24.
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