Dono do Milan discorda de Blatter e volta a defender jogadores do Milan no caso do racismo
O dono do Milan, o ex-ministro da Itália Silvio Berlusconi, discordou do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que reprovou a atitude dos jogadores do clube italiano ao abandonarem o amistoso contra o Pro Patria na semana passada após ofensas racistas da torcida do time da quarta divisão aos jogadores negros do time de Milão.
“Estou em lado oposto [ao de Blatter]. Eu agradeci e parabenizei os meus jogadores por abandonarem o campo”, disse Berlusconi à Rádio RTL.
MILAN ABANDONA AMISTOSO EM RAZÃO DE OFENSAS RACISTAS A BOATENG
O abandono aconteceu após o meia ganês Boateng se revoltar com as ofensas racistas feitas pela torcida do time da casa, da quarta divisão italiana, e decidir deixar o campo, decisão apoiada pelos companheiros de time e pela comissão técnica.
Blatter, no entanto, afirmou no último domingo que não vê a atitude dos jogadores como a ideal nesses casos.
"Deixar o gramado e o jogo não é solução. É preciso ter tolerância zero contra o racismo e adotar duras penas contra atitudes como esta. A única solução é ser muito duro nas sanções e penalidades, como retirar pontos ou algo parecido", disse Blatter, em entrevista ao jornal O Nacional, de Dubai.
O Milan entrou em campo no domingo antes da partida contra o Siena com uma camisa com mensagem contra o racismo em inglês e em italiano e Boateng chegou a dizer que pensa em deixar o futebol do país.
“Este é um problema que deve ser anulado, as pessoas não deveriam permitir que isso acontecesse. Não é somente sobre o comportamento dos jogadores no jogo, mas o público, e todos deveriam evitar que a Itália tenha essa imagem negativa”, completou Berlusconi.
A ministra do Interior da Itália, Annamaria Cancellieri, concordou com Blatter quanto aos jogadores deixaram o campo por conta de uma atitude de um “pequeno grupo”, mas pediu uma punição maior para coibir as ofensas racistas.
“Sem abandono, se as ofensas estão mais exaltadas, o jogo deve ser paralisado pelos responsáveis por manter a ordem pública. Foi um bom gesto, mas deve ser levada em conta uma estratégia mais ampla”, disse à Rádio 24.
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