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Loco se aproxima de novo adeus ao Bota e abre mão de idolatria, mas se livra de atrito

Loco Abreu está próximo de acertar seu retorno para o Nacional-URU - Fabio Castro/Agif
Loco Abreu está próximo de acertar seu retorno para o Nacional-URU Imagem: Fabio Castro/Agif

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/01/2013 06h00

Entre cavadinhas, atrito com treinadores, doses de superstição, muito marketing pessoal e gols, Loco Abreu marcou rapidamente seu nome na história recente do Botafogo. Porém, ainda nesta semana, o atacante deve abrir mão da idolatria da torcida alvinegra para se aposentar no Nacional-URU, clube onde tem o mesmo status e teria mais chances de ser titular. O camisa 13 vem de duros desgastes com a comissão técnica do clube de General Severiano por não aceitar a condição de reserva e preferiu tomar novo rumo na carreira.

Atualmente contestado, nem sempre o nome de Loco Abreu foi alvo de discussão no Botafogo. O uruguaio conquistou a unanimidade na torcida alvinegra em questão de meses em 2010, ano de sua chegada. Naquela ocasião, o atacante deixou registrada a marca símbolo de sua passagem pelo clube: a cavadinha.

A batida, que é sua característica, foi utilizada no gol de pênalti que definiu a conquista do título carioca daquele ano sobre o Flamengo e impediu um indigesto quarto vice alvinegro consecutivo para o rival. O gesto foi tão simbólico que a chuteira usada naquela decisão chegou a ser exposta em General Severiano. Depois, o atacante repetiu a cavadinha em decisão por pênaltis da quartas de final da Copa do Mundo de 2010, contra Gana, mais uma vez com sucesso, para delírio dos muitos botafoguenses que acompanharam os jogos da seleção uruguaia.

Outra marca de Loco no Botafogo foram os atritos com treinadores. Sob o comando de Joel Santana chegou a contestar as opções do técnico abertamente. Com Oswaldo de Oliveira não aceitou a reserva, o que o levou ao Figueirense e deve causar a ida ao Nacional. Caio Junior foi o único que passou ileso na relação com o artilheiro.

Além dos gols em campo, o camisa 13 soube criar uma identificação ímpar com a torcida alvinegra fora dele. Sempre com frases de efeito, muitas superstições, personalidade e marketing pessoal, o atacante caiu nas graças até de alguns torcedores rivais, que admiravam o jeito do uruguaio.

O atacante chegou até mesmo a costurar o escudo do Botafogo na camisa que utiliza debaixo do uniforme em todas as partidas, chamada de segunda pele. Nela, estão fotos de seus filhos e lembranças positivas de sua carreira, como o escudo do próprio Nacional. Quando já jogava pelo Figueirense, no final de 2012, provocou a torcida do Flamengo beijando o símbolo alvinegra, o que lhe rendeu ainda mais prestígio com a torcida do clube de General Severiano.

Empresário despista sobre negociação com Nacional

Embora o acerto já esteja bastante encaminhado, restando apenas uma definição sobre o tempo de contrato, o empresário do jogador preferiu não falar muito sobre a possível transferência ao clube uruguaio. Segundo o agente, Loco se reapresenta ao Botafogo nesta terça.

“Não existe nada concretizado ainda. Existe a reunião com o Nacional nesta segunda-feira, mas o Loco estará no Rio na terça e se apresenta ao Botafogo. Fora isso não tenho mais nada para falar”, despistou Jorge Chijane, empresário do atacante, ao UOL Esporte.