Oswaldo admite oposição a retorno de Loco e diz que atacante é 'página virada' no Bota

Sempre calmo no comando do Botafogo, o técnico Oswaldo de Oliveira demonstrou certa irritação ao falar de Loco Abreu em coletiva de imprensa esta quarta-feira. Questionado sobre a declaração do camisa 13 a uma emissora de TV, de que teria pedido a saída do atacante durante o ano passado, o treinador negou a versão do uruguaio. Mas confirmou que foi contra seu retorno para esta temporada.

“Não quis que ele saísse no ano passado (Loco foi emprestado ao Figueirense em julho), mas fui contra a volta dele pra cá agora. Não fui sozinho, foi unânime. Muitos gostam dele, mas não acham que ele está em condições de ajudar. E não posso bater no peito e dizer que sou botafoguense e me negar a ajudar a equipe na hora que precisamos“, disse Oswaldo, lembrando a decisão do jogador de deixar o clube em 2012 apesar da carência de atacantes no elenco.

“O Abreu é uma página virada. Pode até voltar, mas como treinador, presidente, porque é uma pessoa querida e respeitada no clube”, completou.

O treinador, que costumava sair pela tangente quando perguntado sobre desavenças com Loco, foi mais transparente desta vez. Oswaldo demonstrou profunda insatisfação com o comportamento do atacante após sua saída do clube, quando julga que Abreu tentou jogar a torcida contra a comissão técnica.

“É muito fácil ficar lá da trincheira, no Uruguai, jogando bomba para cá. Esse foi um dos motivos pelo qual fui contra sua volta. Quando se tornou iminente a saída dele para o Figueirense, fui a ele três vezes pedir para que não saísse. Três vezes pra ele ficar e ele não me dizia que não ficaria, mas fui saber depois que estava tratando da saída com o empresário dele”, revelou.

O treinador discordou também da versão do uruguaio de que o motivo de sua saída teria sido uma divergência sobre a tática da equipe. Segundo Oswaldo, a má fase técnica do camisa 13 foi o único fator decisivo para que ele fosse para o banco de reservas. Insatisfeito com a situação, Abreu procurou outros clubes para atuar.

“O problema foi técnico, não tático. Ele não vinha rendendo bem. Tanto que outros entraram e fizeram gols. Inclusive na partida contra o São Paulo (a última de Loco pelo Botafogo), ele saiu e nossa equipe melhorou. O Herrera fez três gols. Desse sinto falta”, alfinetou o treinador.

“Valoriza-se isso em momento inadequado, explorando a sensibilidade da torcida do Botafogo. É um tema constrangedor. Reconheço idolatria, mas no Nilton Santos, no Túlio, no Gottardo, no Garrincha. Está esgotado o assunto”, encerrou.