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Dualib protesta contra condenação: "Nunca me apropriei de nenhum centavo do Corinthians"

Alberto Dualib, ex-presidente corintiano, em uma de suas fotos mais recentes, de 2011 - Gabo Morales/Folhapress
Alberto Dualib, ex-presidente corintiano, em uma de suas fotos mais recentes, de 2011 Imagem: Gabo Morales/Folhapress

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

02/03/2013 06h00

O ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib, não gostou de ler na imprensa a notícia de que foi condenado em segunda instância pelo desvio de R$ 1,4 milhão dos cofres do clube. O cartola, hoje com 93 anos e totalmente afastado do dia-a-dia alvinegro, alega que a decisão judicial é antiga e diz ser injustiçado no processo, que corre na Justiça desde 2008.

“Nunca me apropriei de nenhum centavo do clube, pelo contrário. O clube é que precisava de mim. Fui injustiçado. Não podiam ter feito o que fizeram comigo. Pus milhões do meu bolso no Corinthians”, disse Dualib, que ficou no comando do clube de 1993 a 2007 e falou com exclusividade ao UOL Esporte.

A notícia da sua condenação foi divulgada na última quinta-feira. Em uma nota oficial, o Ministério Público de São Paulo disse que Alberto Dualib e outras quatro pessoas ligadas ao Corinthians tiveram sua condenação por estelionato confirmadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

No julgamento de primeira instância, em 2010, Dualib foi sentenciado a três anos e quatro meses de reclusão em regime aberto, pena convertida em serviços à comunidade, além de uma multa de 80 salários mínimos. O ex-presidente recorreu no TJ-SP e também em tribunais superiores, só que em julho de 2012 o mesmo tribunal confirmou a sentença inicial, ignorando os apelos da defesa.

“Nós temos recursos que ainda têm de ser apreciados no próprio Tribunal de Justiça de São Paulo. Essa condenação [em segunda instância] é do ano passado, não sei porque ela apareceu agora. É notícia requentada”, argumenta José Luiz Tolosa, advogado de Dualib.

A explicação para a publicação vem do próprio MP-SP, que a divulgou em seu site oficial na última quarta. Na nota em que explica a condenação, o órgão confirma que a decisão em segunda instância saiu em julho de 2012, mas acrescenta que só tornou o fato público agora porque o acórdão foi publicado pela Justiça somente no fim de fevereiro.

Agora, cabe a Dualib recorrer no TJ-SP e também no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal). A ação do ex-presidente teria causado um prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres do Corinthians, que teria sido lesado em um esquema de notas frias emitidas para uma empresa de informática e outra de assessoria empresarial.

“Não entendo como eu fui condenado. Todos que foram testemunhar disseram que eu não tinha culpa. O presidente do clube não está lá para ficar olhando notas fiscais, tem várias pessoas que vêm antes dele para avaliar isso. E as notas não eram frias, mas sim de empresas que prestavam serviço ao clube”, disse Alberto Dualib.

O dirigente, que viveu uma das fases mais gloriosas do clube, no fim da década de 1990, teve de deixar o cargo de presidente em 2007 sob uma enorme pressão após o fim da parceria com a MSI. Hoje, ele diz levar uma vida agitada apesar da idade avançada, e mantém distância do Corinthians, onde ele é muito hostilizado pela torcida.

“Não vou mais no clube. Eu estou trabalhando normalmente, fiz uns loteamentos quando saí do Corinthians, construo. Não perco um dia de trabalho. Estou ativo como nunca”, disse o ex-cartola. 

OUTRAS CONEXÕES

  • Juca Vieira/Folhapress

    Os problemas de Dualib com a Justiça não acabaram. Uma investigação do Ministério Público Federal que teve início em 2007 apura suposto envolvimento do ex-presidente do Corinthians em uma equema de lavagem de dinheiro que seria comandado por Kia Joorabichian (foto), o iraniano que viabilizou a parceria entre o Corinthians e o fundo de investimentos MSI, entre 2005 e 2007. LEIA MAIS