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Após polêmica, vice do São Paulo se recolhe e reclama da imprensa

João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente do São Paulo, não gostou da repercussão - Robson Ventura /Folhapress
João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente do São Paulo, não gostou da repercussão Imagem: Robson Ventura /Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

06/03/2013 06h03

“Nós somos diferenciados, não adianta. Cada time tem sua marca. O Corinthians é o time do povo. O Palmeiras briga entre eles e nós somos os diferenciados”. A frase é de autoria de João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente do São Paulo. Mas o dirigente, que se orgulha por fazer parte da diretoria que considera diferente das demais, está chateado.

O cartola se recolheu após a repercussão de sua declaração sobre o desempenho do São Paulo na vitória contra o The Strongest, na última quinta-feira, pela Libertadores. Nervoso, ele disse que estava envergonhado com o que seu time havia mostrado em campo. Sem atender a telefonemas e evitando sempre que pode a área de imprensa do CCT da Barra Funda, o vice-presidente não gostou da dimensão que o caso tomou.

TV BANDEIRANTES: VEJA A DECLARAÇÃO DE JOÃO PAULO

Conselheiros e pessoas que trabalham no CCT da Barra Funda consultados pelo UOL Esporte afirmam que João Paulo sentiu-se usado pela imprensa para causar uma polêmica que, para ele, foi desnecessária. O próprio dirigente, no dia seguinte, reconheceu que exagerou nas declarações, mas não esperava tamanha repercussão, que incluiu resposta pública do técnico do time, Ney Franco, e uma reprimenda do presidente Juvenal Juvêncio.

Postulante ao cargo de Juvêncio, João Paulo sempre evitou declarações polêmicas para não ver o seu nome e principalmente o do São Paulo em problemas na imprensa. O dirigente era capaz, até, de negar a chegada de um reforço cujo contrato seria assinado em questão de horas. Tudo para evitar que a instituição fosse ridicularizada por um eventual fracasso na negociação.

Entre os jogadores a declaração também não pegou bem, mas foi rapidamente esquecida após um esforço dos líderes do elenco. Nem por isso, João Paulo escapou das críticas públicas por parte deles, desde jogadores que ainda buscam seu espaço, como Thiago Carleto, passando pelos com algum tempo de clube, como Fabrício, e chegando ao mais novo “capitão sem faixa”, o zagueiro Lúcio, que pediu mais sabedoria a todos que forem dar entrevistas.

João Paulo está longe de ter um histórico polêmico como o de Carlos Augusto de Barros e Silva, mas o caso serve de exemplo. Leco, como Barros e Silva é conhecido, era vice-presidente de futebol e acabou afastado após dar declarações polêmicas criticando jogadores, técnicos e até colegas de diretoria. Hoje, ele está “encostado” e sem funções no conselho são-paulino. 

Procurado, João Paulo não quis conversar com a reportagem do UOL Esporte.