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Botafogo ignora erro de 2012 e faz novo desmanche por salários em dia

Ex-titular da lateral esquerda, Marcio Azevedo deixou o clube na semana passada - Fernando Soutello/AGIF
Ex-titular da lateral esquerda, Marcio Azevedo deixou o clube na semana passada Imagem: Fernando Soutello/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/03/2013 06h10

A venda de Marcio Azevedo para o Metalist, da Ucrânia, e as especulações de uma possível saída de Jadson para a Europa indicam que o Botafogo pode repetir o ano passado e se desfazer de jogadores durante a temporada para manter os salários em dia. Durante 2012, Loco Abreu, Herrera e Maicosuel deixaram o clube, que também convivia com vencimentos atrasados à época. O desmanche dificultou o trabalho de Oswaldo de Oliveira, já que o treinador teve que remontar sua equipe às vésperas do Brasileiro.

Em junho do ano passado, o Botafogo encarava situação parecida com a atual. O clube devia dois meses de salários e contou com o montante vindo das vendas de Herrera e Maicosuel para arcar com a dívida. O argentino rendeu R$ 3 milhões aos cofres alvinegros, enquanto  a venda do meia deixou R$ 4 milhões em General Severiano. Já Loco Abreu deixou o Alvinegro por divergências com a comissão técnica. O fato, no entanto, não desagradou totalmente a diretoria, que viu a folha salarial diminuir com a saída de um de seus jogadores mais caros.

As perdas afetaram o desempenho da equipe em campo. O Botafogo passou por período de instabilidade no início do Brasileiro até se acertar e voltar a jogar um bom futebol. Questionado, Oswaldo de Oliveira apontava constantemente as saídas como principais motivos para a queda de qualidade nas atuações.

No caso da venda de Marcio Azevedo, concretizada na semana que antecedeu a semifinal contra o Flamengo, a posição do treinador não foi diferente. Oswaldo de Oliveira protestou veementemente contra a saída do jogador em um momento decisivo. Curiosamente, no entanto, o substituto Julio Cesar marcou no clássico e abriu o caminho para a vitória por 2 a 0.

“Se configurar a saída dele é lamentável. Em um momento decisivo, tudo que não poderia ocorrer. Uma perda muito grande para a equipe. Temos condições de substitutos. O momento não era adequado, assim como não foi a saída do Herrera. Enfim. Temos que conviver”, disse o treinador antes da confirmação da venda do lateral, na semana passada.

Lembrada algumas vezes por Oswaldo, a perda de Herrera – vendido ao futebol árabe em junho do ano passado – foi a mais sentida dentro de campo na última temporada. A ausência do jogador obrigou o treinador a improvisar o meia Elkeson no ataque durante todo o resto do Brasileiro. Além disso, Rafael Marques, jogador trazido de forma emergencial para atuar na posição, não correspondeu às expectativas. Segundo o técnico alvinegro, um dos motivos foi justamente sua chegada já durante a temporada.

A expectativa no Botafogo é que a venda de Marcio Azevedo já seja suficiente para colocar a folha salarial em dia, pelo menos por enquanto. Assim como os outros grandes clubes cariocas, o Alvinegro sofre com penhoras da Receita Federal, que vêm asfixiando suas finanças. Apenas uma parte do valor total da transação – R$ 7,8 milhões – ficará nos cofres de General Severiano, mas o montante deve ser suficiente para saldar o mês de janeiro, único vencimento atrasado no momento.