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Idolatria, superstição e homenagens explicam numeração incomum no Cruzeiro

Kleber (f), do Grêmio, inspirou cruzeirense Vinícius Araújo a jogar com a camisa 30 - Marinho Saldanha/UOL Esporte
Kleber (f), do Grêmio, inspirou cruzeirense Vinícius Araújo a jogar com a camisa 30 Imagem: Marinho Saldanha/UOL Esporte

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

09/03/2013 06h00

Noventa e nove, 47, 30, 86. Não são números de camisa de futebol americano, nem mesmo do basquete. E sim os números que os jogadores do Cruzeiro levam nas costas das camisas nesta temporada. Depois de sete anos, o Cruzeiro volta a usar numeração fixa e os atletas escolheram números fora do “padrão” do esporte bretão para atuarem, levando para campo desde a idolatria a ex-jogador do clube celeste à homenagem própria.

O time celeste não adotava uma numeração fixa desde 2006. Além de agradar aos jogadores, que puderam escolher o número, a estratégia também virou marketing do clube para identificar os jogadores com suas camisas, em tentativa de aumentar a comercialização do produto. E os atletas revelaram diferentes motivos para escolher o número.

Nada de usar a nove ou sete. O jovem atacante Vinícius Araújo, 20 anos, e apontado como uma das maiores promessas do time celeste, quis vestir a 30 em seu primeiro no Cruzeiro. O motivo é a idolatria pelo ex-atacante do clube, Kléber, atualmente no Grêmio. O “Gladiador” usou a mesma camisa, por algum tempo no time mineiro.

  • Gabriel Duarte/UOL

    Nilton homenageou a família com o número 19: "Data de aniversário da filha e da esposa"

“Sou muito fã do Kléber, do tempo que ele jogava aqui, pela vontade em campo e o jeito de jogar. Ele é um dos jogadores que me inspiro e por isso escolhi a camisa 30, que ele também usava aqui no Cruzeiro”, explicou o atacante Vinícius Araújo.

O volante Nilton manteve o 19 que usava no Vasco e que considera como fator de sorte em sua carreira. Segundo o jogador, o número indica o dia do nascimento de sua esposa e da sua filha e, quando passou a utilizá-lo, marcou mais gols e teve mais destaque na carreira.

“Um número que lembra a minha família, porque é a data de aniversário da minha filha e da minha esposa. Ele tem me acompanhado desde o tempo de Vasco e vem me trazendo”, afirmou o volante Nilton, que também possui um colar com o número e uma chuteira.

  • Denilton Dias/UOL

    Atacante Luan, um dos novos contratados do Cruzeiro, aderiu à numeração mais elevada

Também em homenagem a um familiar, o jovem goleiro Georgemy, de 17 anos, usa a numeração 47 em seu primeiro ano como profissional. O número representa a idade do pai, principal incentivador de sua carreira, segundo o goleiro.

O meia Élber usa a camisa 27 não por homenagem aos familiares. Mas a si próprio. O jogador faz aniversário nesta data, em maio, e resolveu lembrar a ocasião em sua camisa. “Pensei em homenagear mesmo, lembrar de uma data muito importante para mim”, comentou o jogador celeste.

O zagueiro Paulão preferiu não usar o dia do nascimento, mas sim o ano: 1986. Assim, o atleta celeste usa a 86 em campo. Já Leandro Guerreiro não teve sorte ao escolher o número. O jogador afirma que gosta de atuar com a cinco, mas o zagueiro Thiago Carvalho escolheu primeiro número. Então, o volante teve uma solução “criativa”.

Marcelo confirma Cruzeiro com Dagoberto, Nirley e Vinícius em Araxá

  • Marcus Desimoni/UOL

    A volta do atacante Dagoberto ao time titular foi classificada como ?natural? pelo técnico Marcelo Oliveira, em entrevista coletiva, na Toca da Raposa. Sem fazer mistérios, o treinador revelou que pretende escalar o volante Everton na lateral esquerda, desde que o jogador se recupere de dores no joelho esquerdo. Ele confirmou a mudança na defesa para o jogo contra o Araxá, neste domingo, às 16h, no Fausto Alvim, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro

“Sempre gostei de usar a número 5, mas tinham pegado primeiro do que eu, então resolvi usar o número 55, que é duas vezes cinco e aí não tem problema, porque vai ser duas vezes. Mas é só uma questão de escolha”, explica Leandro Guerreiro.

Escolha conservadora

No grupo celeste, entretanto, existem aqueles jogadores “conservadores”, que escolheram a numeração entre 1 e 11. É o caso do meia Diego Souza, camisa 10 do Cruzeiro. “Sempre vesti a 10 por onde eu passei e ela sempre me levou às conquistas e boas atuações. Então, é um número que me dá sorte”, afirma o jogador.

O atacante Borges também não “inventou” e usa a 9 na temporada. “É um número que me dei muito bem no São Paulo e no Santos. Fiz muitos gols com ela, então quis mantê-la aqui no Cruzeiro”, explica o atacante, que obrigou Anselmo Ramon usar a mesma estratégia de Leandro Guerreiro, e usar a camisa 99.