Amigos revelam C. Eduardo frio e divergem sobre 'mundo próprio' no Fla
A dificuldade de Carlos Eduardo em corresponder às expectativas da torcida rubro-negra dá origem aos mais diferentes questionamentos. Lesões, falta de ritmo e pressão são indicadas como motivos para a fase. Mas o comentário mais curioso partiu do técnico Jorginho, que apontou a existência de um ‘mundo próprio’ do jogador no Flamengo. Os amigos do atleta, no entanto, descartaram a possibilidade dele precisar de qualquer tipo de acompanhamento psicológico como acenou o treinador na ocasião.
“[O Jorginho] devia estar falando de outra pessoa. Conheço bem o Cadu [Carlos Eduardo], a gente concentrava junto. E não via nada de diferente. Naquela época ele vinha dos juniores, numa época em que muitos ficam tímidos. Mas ele estava à vontade. Acompanhamento psicológico é conversinha”, disse o lateral esquerdo Lúcio ao UOL Esporte. “Ele subiu o Hoffenheim de divisão na Alemanha. Ele precisa é de sequência, ficar mais à vontade”, completou o jogador que atuou por Grêmio, Palmeiras, Hertha Berlim e São Paulo, entre outros.
A parceria entre Lúcio e Carlos Eduardo deu certo no Grêmio. Em 2007, os dois foram peças fundamentais na equipe campeã gaúcha e vice da Libertadores daquele ano, com a dupla atuando pela esquerda. O lateral admitiu enxergar certa frieza no comportamento do rubro-negro, mas algo distante de ser problema dentro de campo.
“O Carlos Eduardo é um cara muito frio. Ele vai ser cobrado e reagir com um sorriso discreto. Tinha uma frieza monstruosa nos tempos de Grêmio. Ele é meio fechadão e absorve as coisas muito sozinho. Mas, quando ganha confiança, dispara”, analisou Lúcio, atualmente no Fortaleza.
O treinador que comandou Carlos Eduardo por três anos nos juniores do clube gaúcho também vê o comportamento do meia como absolutamente normal. Hoje técnico do Veranópolis, Julinho Camargo reconheceu a timidez do apoiador, mas ressaltou sua personalidade.
“Ele é um pouco tímido, o Jorginho tem certa razão. Mas nunca foi algo que atrapalhasse. É um jogador na dele. A gente acaba tendo atletas mais passivos, mas nada que chamasse atenção. Ele não é daqueles piadistas, que falam muito. Mas também não é quietinho. É normal”, definiu Julinho. “Era um cara que aparecia na dificuldade”, completou.
Para Lúcio, o momento do time também prejudica a adaptação do jogador. Carlos Eduardo vem de dois anos de pouca atividade no Rubin Kazan, na Rússia, por conta de lesões. O amigo vê a pressa como principal inimiga do principal reforço do Flamengo para 2013.
“O momento do Flamengo atrapalha também. Querem um jogador para ontem. É só você ver um time que está bem: entra até um garoto e não sente. Quero ver entrar com o bicho pegando e o cara entrar com o time brigando contra o rebaixamento, é complicado. Se o momento fosse melhor, até o papo seria diferente. Todos teriam mais calma”, disse Lúcio. "Difícil o cara retomar a confiança sem uma sequência, atuando apenas no primeiro ou segundo tempo", encerrou.
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