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Acessório de lutador vira febre no Bota após dica de presidente dentista

Acessório de lutadores virou febre no Botafogo; 8 atletas usam o protetor - Montagem/UOL Esporte
Acessório de lutadores virou febre no Botafogo; 8 atletas usam o protetor Imagem: Montagem/UOL Esporte

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/04/2013 06h07

Um acessório muito comum entre lutadores virou febre no Botafogo. O protetor bucal está sendo usado por oito atletas – quase um terço do elenco profissional. Já nas categorias de base esse número é ainda maior e a cada dia mais faz parte do cotidiano dos jogadores. A ideia surgiu de uma conversa informal entre o presidente Maurício Assumpção – dentista por formação – e o coordenador do departamento de odontologia do clube, Gustavo Ferreira.

Atualmente o protetor bucal é utilizado por Fellype Gabriel, Dória, Bruno Mendes, Vitinho, Sassá, Antônio Carlos, Jeferson e Cidinho. No Botafogo, o desbravador foi Loco Abreu ainda em 2010. O uruguaio deixou o Alvinegro, mas levou consigo o acessório e até hoje faz encomendas com Gustavo Ferreira para novos produtos.

Segundo o chefe do departamento odontológico, o protetor bucal passou a ser indispensável para os atletas por conta do aumento significativo de traumatismos no futebol. Para Gustavo Ferreira, além de o protetor evitar dilacerações no lábio e lesões no local, faz com que a mandíbula fique fechada, o que diminuiu a possibilidade de ter uma concussão cerebral.

“O protetor é fundamental, na minha opinião. Muitos resistem por terem dificuldade para respirar, mas é igual à caneleira. Estranha no início, mas depois acostuma. E os benefícios são muito grandes, principalmente para os atletas que usam aparelho nos dentes. Evita uma dilaceração no lábio, o que pode te triar de um jogo, por exemplo. Para virar costume, é algo que deve ser bastante comentado. Fazemos palestras com atletas e estamos chegando num nível legal. Na base é ainda melhor. Muitos garotos já usam e acham normal”, disse Gustavo Ferreira ao UOL Esporte.

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Um dos jogadores que aderiu ao protetor bucal, Fellype Gabriel revela que o acessório já o protegeu neste início de temporada. Durante a partida contra o Boavista, ele recebeu uma forte pancada na boca que chegou a cortar a prótese. O camisa 11 cita os lutadores de MMA para explicar os benefícios de aderir à nova moda do Botafogo.

“Desde que coloquei o aparelho passei a usar para proteger o local. Só tenho a agradecer, pois já me ajudou. Contra o Boavista eu tomei uma cotovelada tão forte que cortou o protetor. Imagina se fosse direto no lábio? No começo atrapalha um pouco. No primeiro jogo eu senti, mas me adaptei com ele nos treinos e hoje nem lembro mais. Lutador de MMA usa bastante, porque absorve a pancada e impede o dente de entrar. Agora os jogadores têm aderido para evitar qualquer tipo de lesão. Hoje tem muito contato no futebol e o protetor ajuda”, afirmou.

Gustavo Ferreira, inclusive, defende a tese de que o protetor bucal deveria ser um acessório obrigatório a todos os jogadores de futebol. “Principalmente para os que usam aparelho. Mas independentemente de ser obrigatório ou não, é algo que vai crescer, pois os atletas estão percebendo os benefícios”, disse. “Ninguém é obrigado a usar, é de cada um. Alguns veem como algo que pode proteger e aderem ao protetor. Estou usando aparelho e, mesmo quando tirar, devo continuar com o protetor”, finalizou Fellype Gabriel.